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Faleceu na tarde desta sexta-feira, 19 de Outubro, no Hospital de Santo António, no Porto, onde estava internado desde o início do Verão, o escritor e jornalista sabugalense Manuel António Pina.

MANUEL ANTÓNIO PINA era jornalista, cronista, escritor, poeta, dramaturgo, actividades em que se notabilizou.
Nasceu no Sabugal em 18 de Novembro de 1943 e viveu a infância numa constante mudança de lugar, passando nomeadamente pela Sertã e Oliveira do Bairro, para depois se fixar no Porto. O pai era chefe de Finanças, cargo que acumulava com o de juiz das execuções fiscais, pelo que não podia estar mais do que certo tempo em cada terra, por imposição legal. Recordará sempre esse tempo da infância e adolescência como a época em que fazia amigos num lugar, que depois perdia para refazer novas amizades noutro local distante.
Após os estudos secundários, concluídos no Porto, licenciou-se em Direito, na Universidade de Coimbra, onde para além de estudar trabalhava para garantir a independência financeira. Embora cursasse Direito gostava mais e frequentar as aulas de Literatura, sobretudo as dos mestres Paulo Quintela e Vítor Aguiar Silva. Mesmo assim, seguiu Direito e, concluído o curso, foi advogado durante algum tempo, porém já escrevia no Jornal de Notícias desde 1971 e o apelo da escrita foi sempre mais forte.
No jornalismo notabilizou-se pela crónica, que, para ele é uma espécie de meio caminho entre o jornalismo e a literatura. No Jornal de Notícia, ao qual se manteve sempre ligado, ocupou o cargo de editor cultural, mantendo uma permanente ligação aos aspectos literários. Nas horas vagas poetava e escrevia contos infanto-juvenil, fazendo um percurso de escritor, onde sobretudo se notabilizaria, recebendo o reconhecimento do seu mérito com a atribuição de inúmeros galardões, entre os quais o Prémio Camões no ano 2011.
A sua poesia, algo hermética, foi sempre marcada por uma espécie de nostalgia, traduzida num sucessivo jogo de memórias entre a infância (parte dela passada no Sabugal) e o quotidiano. Os poemas de Pina são igualmente marcados pela inquietação e a melancolia, tocando por vezes no paradoxo. Nada do que escrevia ou pensava era definitivo, quando lhe perguntaram (JL, 31/10/2001) se fazia alterações aos seus poemas antigos quando os reeditava, respondeu que não, porque de certa forma um texto antigo, escrito por ele e editado, já não lhe pertencia: «quando leio textos que escrevi há algum tempo, tenho a sensação que não foram escritos por mim. E, de facto, foram escritos por outra pessoa, por aquele que eu era.» Esta mutação do ser que somos com o evoluir do tempo é explicada de forma comparativa: «A Ilíada é um dos meus livros de referência. Li-a pela primeira vez quando era jovem e a que leio hoje não é a mesma que li, nessa altura. Porque eu próprio já sou diferente. Os cabalistas dizem que há tantas bíblias quantos leitores da Bíblia. Eu acho que há mais, tantas quantas as leituras.»
Como escritor, foi autor de vários títulos de poesia, novelas, textos dramáticos e ensaios, entre os quais: em poesia – Nenhum Sítio, O Caminho de Casa, Um Sítio Onde pousar a Cabeça, Algo Parecido Com Isto da Mesma Substância; Farewell Happy Fields, Cuidados Intensivos, Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança; em novela – O Escuro; em texto dramático – História com Reis, Rainhas, Bobos, Bombeiros e Galinhas, A Guerra do Tabuleiro de Xadrez; no ensaio – Anikki – Bóbó; na crónica – O Anacronista; e, finalmente, na literatura infantil – O País das Pessoas de Pernas para o Ar, Gigões e Amantes, O Têpluquê, O Pássaro da Cabeça, Os Dois Ladrões, Os Piratas, O Inventão, O Tesouro, O Meu Rio é de Ouro, Uma Viagem Fantástica, Morket, O Livro de Desmatemática, A Noite.
Embora afastado da sua terra natal desde menino, Manuel António Pina afirmava com orgulho ser sabugalense. Em 4 de Abril de 2009 a Junta de Freguesia do Sabugal homenageou-o colocando na casa onde nasceu uma placa com a seguinte epígrafe: «Nesta casa nasceu o escritor e jornalista Manuel António Pina»
Em 2010 a Câmara Municipal da Guarda, criou, em homenagem a Manuel António Pina, um prémio literário com o seu nome, que distinguirá anualmente, e de forma alternada, obras de poesia e de literatura. Ainda em homenagem ao escritor sabugalense realiza-se na Guarda um ciclo cultural repleto de actividades.
Em 10 de Novembro de 2011, no ano em que foi galardoado com o Prémio Camões, o escritor foi por sua vez homenageado pela Câmara Municipal do Sabugal, que lhe atribuiu a medalha de mérito cultural do Município.
Manuel António Pina foi eleito pelo blogue Capeia Arraiana a «Personalidade do Ano 2011».

Segue-se um poema de Manuel António Pina, que aborda um assunto recorrente na sua poesia – a morte:

Algumas Coisas

A morte e a vida morrem
e sob a sua eternidade fica
só a memória do esquecimento de tudo;
também o silêncio de aquele que fala se calará.

Quem fala de estas
coisas e de falar de elas
foge para o puro esquecimento
fora da cabeça e de si.

O que existe falta
sob a eternidade;
saber é esquecer, e
esta é a sabedoria e o esquecimento.

plb e jcl

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O título desta crónica foi pedido emprestado ao professor Adriano Moreira que, na segunda-feira, proferiu uma lição de filosofia política, aquando da realização de um congresso sobre economia organizado pela Antena 1.

A verdade, é que grassa pelo mundo uma anarquia política assente numa visão económica sem regras nem controlo. As democracias estão a ser subvertidas por princípios que a põem em causa. As nações são governadas por gente que não foi eleita, obscura e incógnita. Aliás, tenho aqui referido que, a escolha do elenco governativo, deveria ser conhecido antes das eleições e não depois. Esta subversão dos princípios democráticos tem conduzido o mundo (pelo menos o mundo ocidental) para um colapso das sociedades. Dizia o Professor, que é preciso que se imponha o poder da palavra contra a palavra do poder. Para que, desta forma, seja o povo a erguer-se para que se possa controlar esta anarquia. Os governos devem governar para as pessoas e com as pessoas. Hoje em dia as pessoas foram substituídas por números e governa-se para os agiotas.
Vamos imaginar que cada cidadão português quer ir para o governo para poder pagar a formação que o país lhe proporcionou Grande parte da população estaria no governo. Pois bem, foi este o argumento que o ministro das finanças apresentou para a sua presença no governo (não seria melhor que pegasse no dinheiro e, com juros, o entregasse ao estado?). Parece-me de uma pobreza tacanha que um governante apresente esta justificação para fazer parte de um governo. Ao mesmo tempo, percebe-se agora, o porquê do seguimento de uma política que tem levado os portugueses a um empobrecimento gradual. Este ministro está a vingar-se de o termos formado tão mal! Reparem que, ao final de um ano, toda a linha política financeira seguida tem levado a lado nenhum. Todos os sacrifícios pedidos – e para os quais a população se prestou a fazer, tomando de boa-fé os objectivos – têm saído completamente furados. Contudo, a receita não só não é posta de lado, como ainda é reforçada. Até aqui, a desculpa, era o cumprimento de um tal memorando. Agora sabemos que tal não é verdade. Pois as medidas aí previstas têm vindo a ser invertidas. O governo quis ir mais além, até aqui nada de mal viria ao mundo se, efectivamente, os resultados fossem os propostos. Mas a troika pedia que fossem dois terços de corte nas despesas e um terço na receita fiscal. O governo fez precisamente o contrário. E mesmo assim, os resultados não aparecem. E não aparecem porque a linha seguida tem levado a uma contração na receita. Aprende-se em economia e finanças que o aumento de impostos só leva a um efectivo recolher de receita até um determinado ponto. A partir daí, por mais que se aumentem os impostos, essa receita diminui. Ora, o que este governo está a fazer, é precisamente insistir numa receita que, em vez de aumentar a receita, tem levado à sua diminuição. Não havendo consumo, não havendo transações comerciais, não pode haver pagamento de impostos. Levando a um bloqueio económico e, em consequência, ao vazio de receitas, quer para o estado, quer para as empresas e para as famílias. Pois este Orçamento de Estado agora apresentado é, precisamente, o retrato do que acabo de dizer. Poderia ser somente uma opinião minha (assumidamente leigo nessa sacrossanta matéria que são as finanças), mas ela é partilhada por, praticamente, toda a gente (menos pelo ministro pardo, António Borges, que, mais uma vez, vem defender o aprendiz. Já repararam que andam os dois a elogiar-se um ao outro sistematicamente? Porque será?). Lembra-me a velha história do soldado que, marchando em sentido contrário aos demais, pensa que são os outros que estão marchar ao contrário. Este OE levará ao colapso da economia nacional, ao aumento de pobres em Portugal, ao regresso à miséria e, no final, ao fim do país. Só que, nessa altura, o senhor ministro das finanças, voltará para o seu excelente emprego em Bruxelas, e não haverá quem queira ficar com este retângulo «à beira mar plantado». É altura de lhe dizerem que têm que ser as teorias económicas adaptarem-se à realidade e não o contrário. Desta forma, lamento dizer-lhe que, a realidade é bem diferente da dos gabinetes majestosos (que nós pagamos), onde estes biltres se entretêm a jogar uma espécie de monopólio. Mas, bastaria que se percebesse, se tivéssemos políticos a sério e não uma cambada de incompetentes, que este OE está, não só arruinar o país pela via fiscal, como o está arruinar pela via política. Ele será a causa de uma crise política, a começar pela coligação governamental, vejam que há ainda pouco tempo esteva à beira da rotura por causa da TSU, como parlamentar. O PSD diz que este orçamento não é deles, o CDS diz o mesmo, ou melhor, cala-se, dizendo no Parlamento que o «orçamento é de Portugal» (João Almeida dixit), sacudindo ambos a água do capote. Afinal, de quem é este orçamento? Uma garantia, meu não é de certeza. Nem dos milhares que, consecutivamente, se têm manifestado.
Este governo não sabe para onde vai e, pelos vistos, nem sabe de onde vem. A prova é que o senhor primeiro-ministro (o tal do custe o que custar) começa sibilinamente a dizer que se quer ir embora. Há bem pouco tempo empertigava-se, recorrendo a todos os truques, para se colocar no poleiro.
Era bom que houvesse tino e vergonha. Por isso, a lição do Professor Adriano Moreira foi um raio de luz da razão, de sapiência e de bom senso. Já são poucos. No seu partido, nenhum.

P.S.1 A história da Sabugal + parece-me a história da pescada, antes de o ser já o era!

P.S.2 Ao fim da quarta revisão do mapa judicial, foi decidido que o tribunal de Almodôvar vai continuar. Primeiro era o de Mértola que ficava, depois nem um nem outro, agora o de Almodôvar. Esta é a única câmara PSD no baixo Alentejo. Coincidência? Mais, o tribunal de Mesão Frio vai fechar, contudo o ministério anda em obras de melhoria no edifício que rondam os 150 000 euros (digo rondam, porque sabemos como são as contas nestas coisas do estado). É de bradar.
É esta a seriedade do mapa judicial e desta ministra.

«A Quinta Quina», crónica de Fernando Lopes

fernandolopus@gmail.com

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