You are currently browsing the daily archive for Sexta-feira, 6 Julho, 2012.
No século passado com toda a angústia existencial, Albert Camus questionava-nos: sabes o que é o encanto? É ouvir um sim como resposta sem nunca ter perguntado nada.
Eu diria complementando o pensamento deste ser atormentado, que era esse o amor do meu pai. Tinha sempre um sim, sem nunca lhe pedir nada. Aí residia o seu encanto – na sua forma generosa e fraterna.
Com o seu desaparecimento, hoje tenho a certeza que esse encanto se vai perpetuar.
Bem hajas pai.
Naturalmente ainda fragilizado por esta dor, não queria deixar de agradecer a todos aqueles que nos ajudaram a mim, ao meu irmão e à minha mãe e a toda a restante família, a minimizar este sofrimento e que das mais diversas formas nos manifestaram a sua solidariedade.
Hoje tenho a certeza que a morte, afinal, é independente das vontades e dos afectos
Obrigado ao Capeia Arraiana pelas palavras amigas.
José Robalo
Vai realizar-se a quarta edição do «Transblues – Festival ee Blues Béjar/Guarda», uma iniciativa que arrancou pela primeira vez em 2009 e que o Teatro Municipal da Guarda e a Junta de Castilla y León promovem com o apoio da Câmara Municipal da Guarda e do Ayuntamiento de Béjar, no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP). O Festival estará em Béjar de 11 a 14 de Julho e na Guarda de 18 a 22 de Julho.
Dia 18 (quarta-feira): Frankie Chavez (Portugal) no Café-Concerto do TMG – 22.00 horas.
Frankie Chavez é um dos mais promissores talentos da nova música portuguesa, tendo vindo a ser referido como a mais recente revelação blues do Sul da Europa. A sua música conjuga diferentes tipos de sonoridades, resultando num Blues/Folk composto por ambientes limpos e por outros mais crus e psicadélicos. Apesar de se identificarem diferentes influências musicais (Robert Johnson, Jimi Hendrix, Kelly Joe Phelps, Ry Cooder), é difícil encontrar um único termo para definir a sua música, o que lhe garante um estilo único e inconfundível.
Além de abordar instrumentos tão típicos dos blues como o Lap Slide Guitar, uma das características únicas da sua sonoridade é o facto de ter reinventado a abordagem da Guitarra Portuguesa.
Acompanha Frankie Chavez, João Correia – músico – Bateria/voz.
Dia 19 (quinta-feira): Indiana Blues Band (Portugal) no Café-Concerto do TMG – 22.00 horas.
Indiana Blues Band é um projecto do músico André Indiana que incorpora toda a estética dos Blues e de uma «Blues Band». Apresentam o seu primeiro disco intitulado «bloodline» com 7 temas originais e algumas versões de temas muito conhecidos como «Love Me 2 Times» (Doc Pomus) ou «Hoochie Coochie Man» (Willie Dixon).
Os Indiana Blues são: André Indiana – guitarra e voz; Hugo Danin – bateria; Joao André – baixo; Paulo Veloso – teclas.
Dia 20 (sexta-feira): Spikedrivers (Reino Unido) no Jardim José de Lemos – 21.30 horas.
Inspirados nas suas raízes americanas e no legado musical norte-americano, as músicas, as harmonias vocais e as suas composições instrumentais fazem do som dos Spikedrivers algo fresco e emocionante. A crítica especializada considera a banda como uma das mais inovadoras e originais da actualidade. A atmosfera criada pelos Spikedrivers ao vivo transporta-nos pelas estradas secundárias americanas, numa autêntica banda sonora que se movimenta entre os alpendres ao fim de tarde das casas do Sul da Carolina, e os enormes espaços abertos, sacudidos pelo vento e pela erosão, com as linhas-férreas a desaparecerem no horizonte.
Spikedrivers são; Ben Tyzack – Guitarra, voz e harmónica; Constance Redgrave – baixo, voz e percussão; Maurice McElroy – bateria, voz e percussão.
Dia 21 (Sábado): Sharrie Williams (EUA) no Jardim José de Lemos – 21.30 horas.
Desde a sua última actuação em 2002 no The Blues Estafette na Hollanda, Sharrie Williams despertou as atenções na Europa. Os seus concertos são incríveis. Sharrie impressiona pelas suas poderosas performances cheias de alma; tem como influências e referências as vozes de grandes vocalistas como Koko Taylor, Aretha Franklin, Tina Turner ou Etta James. A cantora norte-americana é apaixonada por gospel, soul, blues e rock.
Nos EUA ela é apelidada de «Princesa do Rockin’ Gospel Blues», um nome que lhe assenta que nem uma luva. O seu novo disco «I’m Here To Stay» foi gravado em Ann Arbor (Michigan, EUA), produzido e remisturado por Michael Freeman que afirma que a música de Sharrie vai directamente ao coração do público. O disco tem sido muito badalado pela crítica da especialidade e foi nomeado a vários prémios nos EUA.
Acompanham Sharrie Williams os músicos: Lars Kutschke – guitarra e voz; Attila Herr – baixo; Chris Jones – bateria e voz; Till Sahm – teclados.
Dia 22 (Domingo): Guitar not so Slim (Espanha)no Jardim José de Lemos – 21.30 horas.
O grupo espanhol vem mostrar as canções do seu último disco «Bailout». Uma viagem musical que passa pela denominada Roots Music, pelo Ragtime e os Blues dos anos 20/30. «Guitar not so slim» é uma banda que mistura o melhor de dois mundos, o velho e o novo, no que a música e a continentes diz respeito. Neste disco, a banda regressa ao verdadeiro âmago dos Blues, que sempre se destacaram pela sua componente de alerta social e de protesto. As canções são uma mistura eclética e as críticas vão desde o resgate financeiro e a crise europeia à cirurgia estética, tudo isto com sons tribais. A banda editou até ao momento dois discos, ambos com muito sucesso nos meandros dos Blues e muito elogiados pela crítica especializada.
Guitar not so Slim são: Troy Nahumko – guitarra e voz; Moi Martin – contrabaixo e voz; José Luis (Armónica Naranjo) – harmónicas; Lalo González – bateria.
Dia 12 (quinta-feira): Mr. Blues (Portugal) no Parque Municipal de Béjar – 20.00h (hora espanhola).
No âmbito do habitual intercâmbio do Transblues, o grupo português actua em Béjar, nesta edição. Trata-se de um dos projectos mais proeminentes de Portugal na vertente dos Blues. A linguagem musical e a vasta experiência dos músicos envolvidos já lhe permitiu tocar em vários Festivais Internacionais de Jazz & Blues fazendo as primeiras partes de artistas como Alvin Lee ou Sharrie Williams.
Mr Blues: Steve Rego – guitarras, kazzoo, harmónica, bombo, tarola e pratos de choque
plb (com TMG)
Quando a fraude socrática, sobre a sua licenciatura em engenharia, tendia a dissipar-se, eis que nova nuvem recai sobre um governante. Através de uma engenharia bem urdida, licencia-se num ano. Nem Bolonha quer ir tão longe!
Acresce que esta licenciatura é assente na legalidade, o Conselho Científico da universidade (privada) reconheceu equivalência às disciplinas apresentadas pelo requerente. A minha pergunta é, mas quais disciplinas? Se o requerente só andou um ano numa universidade? Ah! E o currículo profissional? Pois, deputado e ocupou uma secretaria ou subsecretaria de estado ligada ao poder local. Brilhante. E neste imbróglio, mais uma vez, está metido o ministro Miguel Relvas. Afirma, agora, que foi «um lapso». E vem esta gente pregar e apregoar o mérito, a excelência, o trabalho!
E tudo isto amplamente divulgado, provado e, contudo, o sr. Ministro não se demite e continua a pavonear-se por aí, imaculado. Haja vergonha! Era importante que houvesse da parte dos políticos princípios éticos e de conduta. Porque senão, não terão autoridade moral para se dirigirem ao povo, que tanto gostam dizer que representam. E vem-me à memória uma frase que diz, «antigamente os cartazes nas ruas, com rostos de criminosos, ofereciam recompensas, hoje, pedem votos». O povo está farto de tretas!
E, por falar em tretas, não posso deixar de olhar para o Bloco de Esquerda e Os Verdes, como uma grande treta. Estes partidos levaram esta semana à Assembleia da República uma proposta de lei que, lá no fundo, procura proibir as corridas de toiros. Argumentando que, pretende-se que a televisão transmita as touradas fora de horas, porque é um espectáculo com violência. E então os filmes? E as telenovelas? E o telejornal? E as sessões da Assembleia da República? Os argumentos são tão simplistas e fracos que, se não fosse um assunto sério, dava para rir. Esta gente não sabe que as corridas de toiros são parte integrante da cultura portuguesa? Que é património? Que faz parte da identidade de uma grande mancha do território e da população portuguesa? Porque sabemos que os mesmos são extremistas defensores da cultura dos toiros quando se candidatam e fazem campanha nos concelhos em que esta tradição existe, mas são contra, quando entram na Assembleia da República. Vá lá entender-se esta gente! E nem vale a pena explicar os aspectos técnicos e estéticos, mas vale a pena reflectir que, para além desses aspectos, existe toda uma actividade económica a ela associada. E que mais não fosse, o seu fim, significava o colapso de toda uma indústria, com os custos que daí adviriam.
Mas não vejo estes movimentos excitarem-se contra a construção desenfreada em zonas verdes e protegidas. Contra a destruição de património natural. Não os vejo apresentar leis que protejam e rentabilizem os recursos naturais de Portugal. Só os vejo, sempre, em grande algazarra contra as corridas de toiros. Lamento que estes movimentos apresentem leis com essências fascizantes, em vez de apelarem à pluralidade cultural e ao respeito da liberdade do outro. Acreditemos que seja por ignorância. Ou talvez um lapso?!
P.S. Foi descoberta (ou acredita-se) uma nova partícula que pode ser o bosão de Higgs, também conhecida por «partícula de deus». É uma descoberta fenomenal! A explicação de como se formou o universo fica mais perto.
«A Quinta Quina», crónica de Fernando Lopes
fernandolopus@gmail.com
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