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No primeiro fim-de-semana de Maio, dias 4, 5 e 6, vai realizar-se no concelho do Sabugal um encontro de agentes de viagem com o propósito de efectuar um levantamento das potencialidades turísticas da Região Beirã. (ACTUALIZADO)
O Encontro insere-se num Projecto de Desenvolvimento Turístico que visa promover e dar a conhecer as vertentes em que a região se destaca, sejam gastronómica, hoteleira, taurina, religiosa, histórica, paisagística e lúdica, entre outras.
O Encontro de Agentes de Viagem tem o seguinte Programa:
Sexta-Feira, 4 de Maio
21h00 – Chegada ao Sabugal com dormida no RaiHotel
Sábado, 5 de Maio
10h00– Visita guiada ao Museu Municipal e Castelodo Sabugal
11h30 – Porto de Honra na Casa do Castelo
12h30 – Partida para a aldeia do Casteleiro
13h00 – Almoço no Restaurante Gourmet Casa daEsquila.
15h00 – Visita guiada à Quinta dos Termos.
16h00 – Visita guiada a Sortelha. Actuação do Rancho de Folclórico de Sortelha. Lanche no Salão da Junta de Freguesia.
18h00 – Visita guiada à aldeia de Vila do Touro
20h00 – Jantar no restaurante O Pelicano
22h00 – Prova de vinhos Quinta dos Currais naCasa Villar Mayor. Prova de vinhos Gravato e Adega Cooperativa de CasteloRodrigo com Sessão de Fados de Coimbra.
24h00 – Chegada ao Sabugal com dormida no Hospedaria Robalo
Domingo, 6 de Maio
10h00 – Visita guiada às Termas do Cró.
11h00 – Visita às Casas Carya Tallaya.
12h30 – Visita ao Centro Histórico de Alfaiatescom passagem pelo Santuário de Sacaparte.
13h00 – Chegada Nascente do Côa.
13h30 – Porto de Honra noCentro Cívico de Fóios.
14h00 – Almoço no Restaurante Trutalcôa/Viveirodas Trutas.
A iniciativa está a ser organizada por pessoas interessadas em que o concelho do Sabugal progrida aproveitando o filão turístico.
Estão a prestar apoio a Câmara Municipal do Sabugal, Empresa Municipal Sabugal+, Juntas de Freguesia do Concelho, Casa de Turismo Rural de Villar Maior, Palheiros do Castelo, Casa Carya Tallaya, Casa da Villa-Turismo de Habitação/Sabugal, Vinhos Quinta dos Termos, Vinhos Gravato, Adega Cooperativa de Castelo Rodrigo, Caixa de Crédito Agrícola, Caixa Geral deDepósitos.
plb
Era a brincar, mas ia saindo a sério. Um sapateiro do Casteleiro, meio com os copos, meio na paródia, tinha o hábito de fazer esse número de expulsar os diabos do corpo imaginário de uma vítima… Mas havia quem acreditasse e depois lhe pedisse mesmo que o fizesse a sério… e ele fazia.
O Ti’ Luís Pinto era sapateiro. Um homem muito bem disposto, muito alegre, dentro dos padrões de uma aldeia isolada dos idos de 50 – década de 50 do século XX: lá por alturas de 1950 e poucos.
Era uma pessoa cheia de problemas mas que os vencia por recurso a dois patamares de comportamento: por um lado, enfrascava-se nas tascas até mais não; por outro, de tudo fazia uma brincadeira.
A miudagem adorava passar lá uns minutos na sua lojita de sapateiro, a ouvir as histórias e as brincadeiras de alguém já velho (devia ter aí uns quarenta anos – velhíssimo).
Também fazia de «espírita»
A Praça era no Casteleiro desse tempo um dos largos mais frequentados, sobretudo aos domingos à hora de missa (cada um ficava na Praça pelas suas razões, mas da parte masculina de certeza que ver as beldades era razão suficiente).
Nos dias de semana, a Praça também tinha gente, sobretudo ao fim da tarde.
A casa e sapataria do Ti’ Luís Pinto era a menos de 50 metros da Praça.
Como se sabe, nas aldeias desse tempo, ir à tasca beber um copo (um??) era o equivalente a ir tomar um café ali à esquina nos dias de hoje.
O Ti’ Luís Pinto também. E muito. E muitas vezes. E muitos copos.
Na paródia, em certas tardes talvez já bem bebidito (como era habitual), fazia teatro: imaginava um possesso do diabo ali mesmo e procedia ao exorcismo.
Ou seja: a brincar, expulsava o demónio daquele corpo.
E fazia isso com uma lenga-lenga por todos apreciada:
Foge daí,
Espírito mau.
Lagarto, lagartixa, lacrau.
Eu tenho aqui um pau.
(Batia três vezes com o pau no chão: Pum! Pum! Pum!)
Conforme entraste
P’rò corpo deste infeliz,
Assim hás-de sair,
Nem que seja pelo nariz.
(Pum! Pum! Pum!)
Com ossos de defunto,
Um bocado de presunto,
Cinco réis de mel coado,
Um paninho bem molhado,
Óleo de noz,
Borras de algeroz,
Azeitonas de cabrito,
Línguas de periquito,
Eu te afugento,
Rabugento,
Para onde não haja
Nem ar,
Nem rei nem roque,
Nem eira nem beira,
Nem pipas,
Nem batoque,
Nem gatas aluadas.
(Pum! Pum! Pum!)
O teatro da expulsão do diabo de um corpo ficava feito. Só que o Ti’ Luís Pinto começou a ganhar a fama… e sabemos como isso é contagioso nas aldeias.
Havia depois pessoas que à socapa lá iam a casa pedir-lhe o favor de expulsar o mafarrico que lhes tinha tomado conta do corpo. Ele tentava desmobilizar a coisa e dizia que era tudo uma brincadeira dele. Mas as pessoas insistiam.
Então, malandreco, o Ti’ Luís Pinto lá fazia o jeito.
E parece que o trabalhinho era bem feito – pois nunca se ouviu falar de qualquer reclamação!
Nota:
À falta de melhor, ilustra-se este texto com uma foto do Festival das Bruxas de Vilar de Perdizes.
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
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