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Um grupo de amigos de variadas localidades do concelho do Sabugal, que estudam na sede do concelho, lembrou-se de organizar uma tourada seguida de baile, que acontecerá no próximo Sábado, dia 8 de Outubro, no Soito.
Há iniciativas que nascem assim, da espontaneidade. Alguém se lembrou de que, passado o mês dos toiros, Agosto, e o mês de descanso da generalidade dos sabugalenses, Setembro, era oportuno aproveitar o bom tempo com que os dias de Outubro têm sido brindados. E, vai daí, lançou-se a ideia de realizar uma tourada e um baile. A proposta teve eco num grupo de amigos, que decidiram juntar as mãos para realizar essa festa raiana, escolhendo o Soito para palco.
Do dia 8, às 14 horas, abre o bar da Praça de Touros do Soito, assim se dando início ao convívio, que aposta sobretudo da presença dos jovens.
Pelas 16 horas terá início a tourada, que se prolongará pela tarde dentro.
Depois do jantar, pelas 22h30, é a vez de se dar início ao baile com o grupo Trio Musical, no salão da Associação Cultural e Desportiva do Soito. A festa continuará pela noite e entrará na madrugada, culminando com a actuação, às 3 horas, do Rik DJ e DJ.
Os jovens do concelho do Sabugal têm uma festa de Outono à sua espera.
plb
No dia 27 de Setembro, o Núcleo de Investigação Criminal de Vilar Formoso, da GNR, efectuou uma busca domiciliária na Miuzela, concelho de Almeida, no âmbito de um inquérito por crime de violência doméstica, tendo apreendido uma arma de fogo ilegal.
A arma apreendida era uma caçadeira de calibre 12 mm, e junto com a mesma foram apreendidos 56 cartuchos do mesmo calibre.
Em consequência da busca, foi detido um indivíduo de 61 anos, residente naquela morada, por ter na sua posse a arma ilegal.
No mesmo dia 27 de Setembro, militares do Posto de Gouveia, detiveram um indivíduo de 81 anos, residente em Momenta da Serra (Gouveia), por crime de posse de arma proibida. Esta detenção ocorreu no âmbito de um inquérito por crime de ameaças, e na sequência de uma busca domiciliária, onde foi encontrada uma pistola de alarme de calibre 8 mm e 14 munições de calibre 6,35 mm.
O Núcleo de Investigação Criminal de Gouveia identificou ainda, no dia 28 de Setembro, um indivíduo de 29 anos, residente em Loriga (Seia), por suspeita da prática de vários crimes em estabelecimentos comerciais. O homem já estava a ser investigado há algum tempo e foram-lhe apreendidos diversos objectos furtados, designadamente seis relógios antigos, um fio de prata, 890 moedas antigas de colecção e ainda um «pé de cabra» que utilizava para práticar os crimes.
O comunicado informa ainda que no dia 2 de Outubro a GNR efectuou uma abrangente acção de fiscalização, tendo em vista verificar a legalidade do exercício da caça, com especial incidência no eventual recurso a meios e métodos contrários aos legalmente definidos.
Foram fiscalizados 21 veículos e 171 caçadores, o que resultou na elaboração de três autos de contra-ordenação por diversas infracções verificadas.
plb
Na semana passada escrevi sobre a produção de batata no Casteleiro. Hoje, sobre o azeite. Mas nada que se compare: enquanto quase todas as famílias cultivavam as suas batatas, poucas eram as que supriam as suas necessidades em azeite.
Haverá ainda oliveiras centenárias no Casteleiro. Mas com o tratamento que hoje levam, se ainda as há, não vão durar muito. Isso é pena.
Esta impressionante árvore dá um fruto, a azeitona, de que sai um óleo especialmente apreciado na economia local: o azeite.
Este fruto bem mediterrânico, a azeitona, vem dessa bela árvore chamada oliveira, trazida do Médio Oriente sabe-se lá quando e como e por quem. Mas seguramente há muitos séculos. Podem e devem ter sido os romanos, mas também os árabes e os judeus: há muitas em todas as suas terras (Roma, mas, antes de mais Egipto oriental e, sobretudo, Palestina, incluindo o local onde hoje fica Israel – a Bíblia não me deixa inventar nada: está tudo pejado das respeitadas oliveiras).
Ter oliveiras, ter azeite – são marcas de estirpe elevada: mais elevada ou menos, consoante a produção final e o modo de colheita, ou seja, contam para essa classificação: o número de oliveiras, a sua localização, se eram colhidas pelos próprios com ou sem ajuda de familiares e amigos, ou se a colheita era simplesmente efectuada como trabalho assalariado…
Era também por esses limites que se sabia se essa família era remediada, abastada ou mesmo rica – ponto final.
Só hoje, a grande distância, vejo que era assim. Na época (anos 50, é deles que falo), tudo me parecia natural e normal. E, se calhar, assim era…
Ou seja: se calhar, Deus e a Pátria queriam isso assim mesmo e assim é que estava certinho.
Azeite: fundamental na economia
Ironias à parte: o azeite é fundamental. É uma gordura que acompanha toda a vida da pessoa:
– com azeite se tempera a comida,
– com azeite se conservam os enchidos,
– é o azeite que serve para fritar as batatinhas que assim ficam tão saborosas,
– a própria azeitona, como fruto, é um bom condimento – apeguilha mesmo bem…
– etc. etc..
Famílias menos beneficiadas esperavam sempre azeite sobrante dos fritos ou da conserva dos enchidos para suprirem as suas próprias necessidades.
Mas o azeite foi importante não só na alimentação:
– com as borras do azeite e potassa, fazia-se sabão para lavar aquelas grandes quantidades de roupa na ribeira e deixá-la lá a tarde toda a corar;
– e com azeite se untavam as fechaduras das portas para não rangerem tanto – fazia de óleo à época.
Sabemos que em épocas mais recuadas se alumiavam as casas com azeite (eu já só apanho isso em meia dúzia de casas: o petróleo já tinha entrado nas vidas locais).
Mas lembro-me muito bem de as pessoas terem a tarefa de pôr azeite nas luminárias dos altares na igreja ao santinho da sua devoção: aqui o azeite é um elemento do ritual.
Da importância da colheita da azeitona e do fabrico de azeite falam antes de mais os três lagares que chegou a haver no Casteleiro. Lagares de azeite que, já no século XVIII, eram três. Portanto, a coisa vem de longe…
E constou sempre na minha meninice que o nosso azeite era do melhor da região toda.
Qualidade de vida
O azeite é, pois, sinal de mais qualidade de vida.
Sem azeite, a vida era mais triste, menos saborosa.
Muitas famílias, por não terem oliveiras suas, arrendavam terrenos de oliveiras. Por baixo das oliveiras semeavam batatas e legumes. Mas lembro-me de que, da sua colheita de azeite, tinham de dar uma parte ao dono do terreno como forma de pagamento de rendas.
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
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