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Segundo a polícia norueguesa, os atentados de Oslo e da ilha de Utoya, foram obra de um louco que atacou isoladamente e que é de ideologia extremista de direita. A comunicação social nem se digna duvidar um pouco desta posição da polícia, lança Urbi et Orbi os comunicados policiais como sendo a verdade absoluta. Foi assim com Kennedy, com João Paulo II e com outros, obra de um louco.
Vejamos uma sequência de acontecimentos que levam a duvidar do trabalho isolado do extremista/terrorista Anders Behring Breivik. O carro bomba que destruiu os edifícios governamentais no centro da cidade de Oslo, estava armadilhado com tal complexidade que quem o fez tinha de ter grandes conhecimentos e coordenação. Como é que um homem sozinho transporta uma bomba, rouba um carro, fá-la explodir sem problemas técnicos? Depois, veste-se de policia, leva um arsenal de munições num ferry, à chegada à ilha começa a matar, deu tempo para tudo, inclusive dar o tiro de misericórdia a alguns feridos, continua a matar os que fugiam a nado e, assim se divertiu, nem o Mac Gyver!
De acordo com as palavras do juiz que interrogou Anders B. Breivik, este declarou: «existem duas células mais na minha organização». Também de acordo com testemunhas na ilha de Utoya, ouviram-se vários disparos de armas diferentes, vindos de vários sítios.
E o papel da policia em tudo isto? Talvez cumplicidade com o terrorista, principalmente das altas patentes policiais. A policia levou 90 minutos a chegar à ilha, ao local do massacre, podendo fazer o percurso em 12 minutos de helicóptero e, 30 de lancha, mas parece que não havia helicóptero nem lancha! Quando a polícia chegou ao lugar do massacre, o assassino estava sem balas e entregou-se, nem dispararam um tiro. Foi tudo «mise en scène».
O assassino estava a matar jovens de esquerda, jovens trabalhistas, portanto, não havia que ter pressa… As vítimas aterrorizadas contavam aos seus familiares através de telemóvel, todo o drama que se estava a desenrolar.
O terrorista Anders Behring tinha sido militante do Partido do Progresso Norueguês, um grande partido islamofóbico de extrema direita. Ele próprio falava na «colonização islâmica da Europa» e que era «tolerada pelos marxistas». Matar dezenas de jovens trabalhistas, era liquidar futuros dirigentes do trabalhismo norueguês, era acabar com aqueles que segundo ele, abririam as portas aos imigrantes, permitindo a islamização da Europa. Ainda segundo Breivik «antes de começar a nossa cruzada devemos ter como tarefa dizimar o marxismo cultural» continua «uma vez que decides golpear é melhor matar muitos (…) ou nos arriscamos a reduzir o impacto do ataque».
Agora, o seu advogado, o mesmo que defendeu dois neonazis que mataram um norueguês de origem africana, vai usar o argumento da loucura como base da defesa de Breivik. Jamais saberemos a verdade, ou seja, quem o ajudou. Os noruegueses estão a aperceber-se que os trabalhistas só controlam uma parte do governo, o poder legislativo, os extremistas de direita têm muitíssima influência no aparelho estatal, a alta hierarquia policial por exemplo.
Segundo um extremista de direita, eurodeputado italiano, 20% de votos na U. E. são conseguidos com ideias idênticas às de Breivik, o que equivale a 100 milhões de pessoas a pensar como o terrorista de Oslo.
O sistema e a sociedade estão doentes.
Quero aqui dizer que o Trabalhismo, o Socialismo Democrático e a Social – Democracia, fazem parte da mesma família ideológica.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
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