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Um CD em homenagem a Frei João Domingos, natural da Torre, Sabugal, e falecido em Agosto de 2010, está a ser vendido, em várias casas de material fonográfico de Luanda, capital de Angola, país de África onde prestou serviço religioso.
Intitulado «Cristo, modelo de vida», o trabalho tem como protagonista a cantora angolana Pérola, a quem coube interpretar grande parte dos temas musicais.
Segundo uma nota divulgada pela Angop, agência de notícias angolana, o mentor do projecto foi o frade José Paulo, que incluiu no CD uma miscelânea de músicas com sermões de frei João Domingos emitidos durante os 28 anos de missão em Angola.
Com 13 canções, o disco traz mensagens de encorajamento e exaltação à fé cristã, assim como orientação para o seguimento de uma vida assente no amor ao próximo.
De acordo com Frei José Paulo, trata-se de uma «justa homenagem ao homem de fé e amigo da convivência sadia entre as pessoas».
Além da cantora Pérola, compõem o disco outras vozes como a de Frei Mário Rui, Irmã Filomena, cantora gospel Branca e coro da Escola de Música do Carmo.
O programa de homenagem a frei João Domingos, levado a cabo desde 7 de Agosto, compreendeu ainda a realização de uma sessão de cânticos de louvor no princípio da semana, no Cinema Atlântico, com a presença de vários convidados, com destaque para o cardeal D. Alexandre do Nascimento.
Em 28 anos de missão evangélica em Angola, além de promover a formação intelectual dos frades e da juventude angolana, através do Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA) e do Instituto Superior João Paulo II, frei João Domingos destacou-se pelas suas homilias nas missas onde conseguia tocar o sentimento dos angolanos.
A agência de notícias angolana considera que Frei João Domingos foi uma das vozes da Igreja Católica mais ouvidas, tanto pelos crentes, quanto pela população em geral.
Frei João Domingos nasceu em 1933, na Torre, concelho do Sabugal. Aos 18 anos entrou na Ordem dos Pregadores. Formou-se em Portugal e no Canadá, onde foi ordenado padre e fez o leitorado e a licenciatura em Teologia, em 1959 e o Mestrado, em 1968.
plb
Valeu a pena ter acolhido a etapa decisiva da Volta a Portugal em Bicicleta no Sabugal, atendendo à promoção mediática que o concelho obteve e à vinda de milhares de pessoas à cidade.
O dia 12 de Agosto de 2011 foi uma data memorável para o Sabugal e o seu concelho. Muitos não imaginariam o que o simples início de uma etapa da Volta a Portugal em Bicicleta poderia significar em termos de promoção. Mas nós já o antevíamos e deixámo-lo patente aqui.
Logo nos dias que antecederam a prova foram abundantes as referências ao Sabugal nos meios de comunicação social, prognosticando um contra-relógio decisivo para a classificação na prova. Mas o dia em que a etapa sucedeu, o Sabugal esteve, de manhã à noite, na «boca do mundo». E o mesmo ocorreu nos dias seguintes, até à data final da prova, pois o vencedor da Volta construiu a sua vitória quando arrebatou o melhor tempo no contra-relógio Sabugal-Guarda, não mais largando a camisola amarela aí conquistada.
A propósito de uma simples prova desportiva o Sabugal foi também estrela televisiva, através da transmissão em directo do programa da RTP «Verão Total» para o país e para as comunidades portuguesas no estrangeiro. Das 10 às 13 horas, do dia 12 de Agosto, o Largo da Fonte foi o centro das atenções, falando-se na tradicional capeia arraiana, no bucho, trutas do Côa, Termas do Cró, património histórico, artesanato e na capacidade empresarial das nossas gentes.
Arriscamos afirmar que esta foi a maior operação de promoção do concelho alguma vez conseguida. O mundo ouviu falar do Sabugal e a cidade encheu-se de gente à custa da prova desportiva e da transmissão televisiva. Os estabelecimentos hoteleiros encheram, os restaurantes não tiveram mãos a medir, muitos cafés e esplanadas estiveram à pinha e o geral dos estabelecimentos comerciais também beneficiaram.
Um dia grande que bem justificou o patrocínio da Câmara à realização da 73ª Volta a Portugal em Bicicleta.
O que não se compreende é o «segredo» quanto à quantidade de dinheiro público despendido com esse patrocínio. Outras autarquias, pugnando pela transparência, assumem-no publicamente.
Fernando Ruas, presidente da Câmara de Viseu, avoca que pagou 650 mil euros (mais IVA) por quatro anos de prova na cidade. Nesta edição Viseu foi palco de um final de etapa e acolheu os ciclistas no dia de descanso.
Mário João Oliveira, presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, assume também que protocolou o patrocínio da Volta, até 2013, pelo valor de 180 mil euros, contemplando uma chegada e duas partidas.
António Robalo afina por outro diapasão, e nem aos seus colegas do executivo camarário revela quanto pagou, antes lhes atirando areia para os olhos, dizendo ter feito uma candidatura a fundos comunitários, através da ProRaia, deixando no ar a ideia de que será a União Europeia a pagar para que o Sabugal estivesse na Volta. Se assim for, António Robalo descobriu ouro, e mostrou-se mais lesto e perspicaz do que qualquer dos restantes autarcas do país, que pagaram do seu próprio orçamento camarário para receberem os ciclistas.
«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
Sou branco, pertenço a um país da Europa que por sua vez pertence à União Europeia, mas mesmo assim, há uns tempos na cidade francesa de Strasbourg, ao entrar num estabelecimento comercial, as portas automáticas em vidro, por qualquer motivo técnico não se abriram, um tipo alto, louro, olhos azuis e funcionário da casa, da parte de dentro, sorria leve e cinicamente. Depois de tudo solucionado disse-me: «A porta não gosta de estrangeiros», respondi-lhe: «Manda substitui-la porque é xenófoba como tu».
Será que estão reunidas presentemente na Europa as condições que nos anos trinta levaram os fascismos ao poder? Não! Sim! Uma coisa é certa, em muitos países da Europa os populismos de direita, extrema – direita, conseguiram grandes votações. Vejamos: na Noruega, 23%, Áustria, 28%, Suíça, 30%,Suécia, 6%, Finlândia, 20%, Dinamarca, 14%, Holanda, 15%, Inglaterra, 5%, Bulgária,10%, Grécia 6%, Lituânia, 13%, Hungria, 17% e, espera-se que a Frente Nacional de Marine Le Pen chegue nas próximas eleições em França, aos 25%.
O caso húngaro é inquietante porque o partido de extrema-direita tem milícias armadas que andam pelas cidades a atemorizar as populações ciganas. O fenómeno das milícias extremistas de direita está a surgir em outros países nomeadamente na Grécia. Há muitos políticos europeus que de vez em quando usam expressões extremistas para conseguirem votos, nesse campo temos Merkel, Sarkozy, o inglês David Cameron e o espanhol do PP Mariano Rajoy.
Vou referir-me agora a um fenómeno político/migratório que está a surgir na Alemanha, o recrutamento de mão de obra qualificada dos países em crise no Sul da Europa, nos mais débeis economicamente, para não dizer mais pobres, «os negros», por termos a tez morena, brindam-nos com esta expressão!! Espanha, Portugal e Grécia, não passa de uma tentativa da senhora Merkel de diminuir os salários dos seus trabalhadores qualificados (enfermeiros, médicos, informáticos, engenheiros e, outros) já que os estrangeiros irão receber muito menos. Na Alemanha há muitos trabalhadores qualificados, não estão é para trabalhar por meia dúzia de cêntimos, a vinda de estrangeiros a receber baixos salários irá obrigá-los a receber a mesma coisa. Isto é racismo e exploração.
Infelizmente, nos tempos que correm, os políticos fazem tudo para angariar votos, aliam-se com o diabo se necessário, mas isso traz sempre graves consequências.
O eleitorado europeu está revoltado devido à crise económica que sobre ele se abate, sem ter culpa nenhuma, está desiludido com esta União Europeia que não lhe resolve os problemas, antes pelo contrário, agrava-lhos, como o desemprego por exemplo. O extremismo político, racista, xenófobo e nacionalista, luta e consegue captar um eleitorado que se encontra à deriva, para isso basta estigmatizar a imigração fazendo desta o «bode expiatório» da actual crise e do aumento do desemprego.
Quer queiram, quer não queiram, os xenófobos e racistas, o Mundo caminha para uma miscigenação e cruzamento de etnias, culturas, religiões e civilizações, mas como é lógico, tudo isto traz consigo inevitáveis conflitos. Os povos estão em movimento.
No próximo artigo, se tudo correr normalmente, falarei do massacre da Noruega.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
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