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O troço da linha ferroviária da Beira Baixa que liga a Guarda à Covilhã, deveria estar a receber obras de requalificação, porém não se verifica a existência de quaisquer tipo de trabalhos nessa via, informou hoje a Lusa.
Em Março, a CP anunciou estar a estudar «um novo modelo de exploração» da linha, na sequência da electrificação de todo o percurso ferroviário entre Castelo Branco e a Covilhã, devendo as obras entre a Covilhã e Guarda ficar concluídas no verão, porém elas nem sequer começaram. A circulação na linha foi suspensa para dar lugar às obras, e no âmbito do Projecto de Modernização da Linha da Beira Baixa foram apenas executados os trabalhos de reabilitação e reforço do chamado túnel do Sabugal (sito na localidade do Barracão, onde a Estação do Sabugal se encontra).
As obras no túnel foram executadas com base num projecto elaborado pela empresa Amberg Engineering, sendo a empreitada adjudicada em Janeiro do ano passado ao consórcio Spie Batignolles / Monte Adriano, por cerca de dois milhões de euros. A empreitada assegurou a melhoria da segurança estrutural do túnel, prolongando a sua vida útil por um período de 50 anos, procedendo-se também à limpeza da alvenaria com jacto de areia, selagem das juntas e reforço do sistema de drenagem.
Segundo a Lusa, estavam também anunciadas obras noutras três vias ferroviárias, que igualmente não se estão a realizar sem que para tal exista qualquer explicação: na do Corgo (Vila Real), do Tâmega (Amarante) e do Ramal da Figueira da Foz.
A agência noticiosa informa que tentou obter informações junto da REFER, que se escusou a fazer qualquer comentário acerca dos troços actualmente encerrados para obras.
plb
Está a decorrer até 21 de Julho o Concurso de Fotografia António Correia, edição 2011, organizado pela Agência para a Promoção da Guarda com a parceria da Agência da Guarda da Fundação INATEL, subordinado ao tema «vestígios da presença judaica no distrito da Guarda»
Segundo o responsável cultural da Agência da INATEL, Joaquim Igreja, «o Concurso pretende fomentar o gosto pela fotografia artística, chamando também a atenção para a realidade social e humana e para o património natural e arquitectónico da região da Guarda».
O prazo para a entrega das fotografias vai até 21 de Julho, na Agência da Guarda da Fundação INATEL. Cada concorrente deverá entregar em papel e CD/DVD um conjunto de sete fotografias, a cores ou a preto e branco, sobre a temática indicada, realizando fotografias em localidades do distrito da Guarda.
Os prémios, a conceder em dinheiro, serão de 500 euros para o primeiro classificado, 350 para o segundo, 250 para o terceiro e 100 para o quarto.
O regulamento do concurso de fotografia e qualquer esclarecimento, pode ser solicitado para endereço da Agência da Guarda da Fundação INATEL (Rua Mouzinho da Silveira, nº 1, 6300-735 GUARDA), podendo também ser utilizado o telefone 271212730 e o endereço electrónico: ag.guarda@inatel.pt.
plb
No início do século XVI, o rei D. Manuel I incumbiu o fidalgo Duarte de Armas, talentoso escudeiro da casa real, de viajar pelo reino com o fim de vistoriar e desenhar as fortalezas e as cidades de fronteira que havia em Portugal.
Recebida a ordem do rei, Duarte de Armas partiu a cavalo, acompanhado de um criado. Corria o ano de 1509 e a rota das fortalezas ter-se-á iniciado em Castro Marim, no Algarve, seguindo depois para norte pelas demais vilas fronteiriças acasteladas, até concluir o trabalho em Caminha, no Minho. Chegando aos locais aí se instalava para observar e desenhar esboços (debuxos), que depois aperfeiçoou, contendo pelo menos duas vistas panorâmicas de cada povoação e as plantas das respectivas fortalezas.
Finda a longa viagem, Duarte de Armas regressou ao paço real, onde procedeu à elaboração dos desenhos finais, que seriam depois compilados em dois volumes.
Um deles, designado por Códice B, foi constituído por folhas em papel de linho, apresentando 110 plantas panorâmicas (plantaformas), com as dimensões de 296 x 404 mm, representando 55 povoações raianas, com duas perspectivas de cada uma delas. Aos desenhos foram acrescentadas notas explicativas.
O outro volume, o Códice A, foi constituído por grandes folhas de pergaminho com vistas panorâmicas das fortalezas, com as dimensões de 350 x 490mm. Neste códice estão compreendidas duas vilas não-fronteiriças: Barcelos e Sintra. Aqui o trabalho é mais apurado e completo, contendo detalhes como o arvoredo e as culturas agrícolas, a cobertura das habitações, o pormenor dos muros e muralhas circundantes, e até os aros de portas e janelas e cenas do quotidiano.
São estas as povoações, de sul a norte do reino, cujos desenhos o livro contém: Castro Marim, Alcoutim, Mértola, Serpa, Moura, Noudar, Mourão, Monsaraz, Terena, Alandroal, Juromenha, Olivença, Elvas, Campo Maior, Ouguela, Arronches, Monforte, Assumar, Alegrete, Portalegre, Alpalhão, Castelo de Vide, Marvão, Nisa, Montalvão, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Segura, Salvaterra, Penha Garcia, Monsanto, Penamacor, Sabugal, Vilar Maior, Castelo Mendo, Castelo Bom, Almeida, Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Penas Roias, Miranda do Douro, Vimioso, Outeiro, Bragança, Vinhais, Monforte do Rio Livre, Chaves, Montalegre, Portelo, Piconha, Castro Laboreiro, Melgaço, Monção, Lapela, Valença do Minho, Vila Nova de Cerveira, Caminha. A estes juntam-se ainda, como atrás se disse, Barcelos e Sintra.
Em 1990 o livro foi republicado, em edição fac-similada, pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Edições Inapa (com 2ª edição em 1997), contendo uma esclarecedora introdução de Manuel da Silva Castelo Branco, que delineou os pormenores da viagem de Duarte de Armas no cumprimento da missão que o rei lhe impôs.
Segundo Manuel da Silva Castelo Branco, Duarte de Armas propôs-se seguir a seguinte metodologia para recolher dados e elaborar os desenhos: «começaria por percorrer a área correspondente ao castelo, tomando nota das suas particularidades. Depois, procuraria um ponto elevado donde pudesse abarcar o conjunto (o eirado da torre de menagem seria o sítio ideal); daí procederia ao traçado geral das linhas de contorno dos diferentes elementos construtivos (ex.: menagem, cubelo, barreira, cisterna, pátio, apousentamento, etc.); por fim executava as medi¬ções consideradas necessárias, utilizando para isso uma corda e auxiliado pelo seu criado. A corda permitia a avaliação fácil das alturas de torres, cubelos, muros e barreiras, aonde os medidores se deslocavam sempre que possível…»
Em artigo seguinte falaremos sobre os desenhos que Duarte de Armas fez do Sabugal e que fazem parte do Livro das Fortalezas.
Paulo Leitão Batista
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