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A Assembleia Municipal do Sabugal decidiu por unanimidade atribuir ao escritor sabugalense Manuel António Pina a medalha de mérito cultural do Município.
A proposta foi apresentada pela Câmara Municipal à Assembleia que se realizou do dia 24 de Junho, na passada sexta-feira, nos termos do regulamento das distinções honoríficas recentemente publicado.
Nos termos do regulamento, a Medalha de Mérito Cultural é atribuída a pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que se tenham destacado em qualquer forma de expressão cultural, designadamente na literatura, nas artes plásticas, no teatro, na música, no cinema, na investigação histórica, na divulgação e preservação do nosso património, na valorização das gentes do Município, ou que, de qualquer forma, tenham promovido a cultura.
Foi precisamente o que sucedeu com o sabugalense Manuel António Pina, que se destacou no âmbito da escrita, enquanto escritor e jornalista, cuja obra literária o levou de resto a ser recentemente agraciado com a maior distinção da literatura de língua portuguesa: o Prémio Camões.
Nascido no Sabugal em 1943, Manuel António Pina, foi, ainda criança, levado para outras terras, vindo mais tarde a fixar-se no Porto. Foi jornalista durante várias décadas e estreou-se na poesia em 1974 com o livro «Ainda Não É o Fim nem o Princípio do Mundo Calma É Apenas Um Pouco Tarde». No ano anterior publicara o seu primeiro livro para crianças, «O País das Pessoas de Pernas para o Ar». Consensualmente reconhecido como um dos melhores cronistas de língua portuguesa, publicou dezenas de livros de poesia e de literatura para crianças, mas só em 2003 se aventurou na ficção «para adultos», com «Os Papéis de K.».
Os seus livros de poesia estão traduzidos em várias línguas, incluindo «Os Livros», publicação que venceu os prémios de poesia da Associação Portuguesa de Escritores e a da Fundação Luís Miguel Nava.
Em Abril de 2009, numa iniciativa da Junta de Freguesia do Sabugal, realizou-se um acto de homenagem a Manuel António Pina, que passou pelo descerrar de uma placa na casa onde o escritor e jornalista nasceu há 67 anos e onde viveu parte da infância. Realizou-se também uma palestra sobre a vida e a obra do homenageado e foi exibida uma peça teatral da autoria do escritor.
Nos termos regulamentares a medalha de mérito cultural será entregue a Manuel António Pina em cerimónia pública e solene, que provavelmente acontecerá em 10 de Novembro, Dia do Concelho do Sabugal.
plb
Das festas onomásticas, que antes aconteciam em barda na cidade do Sabugal (zés, quins, tós, joões, e outros que tais) apenas a que reúne os maneis se mantém viva e dá mostras de estar para durar.
Ontem, dia 25 de Junho, os persistentes maneis e suas famílias fizeram a sua festa anual, cumprindo aquilo que já é uma tradição, resistindo à voragem dos tempos.
O local do convívio foi mais uma vez o recinto da Senhora da Graça, junto à barragem com o mesmo nome, a pouco mais de dois quilómetros do Sabugal.
Cerca de 50 pessoas, entre maneis e seus familiares, responderam à chamada e passaram um dia festivo, comendo, bebendo, cantando e dançando em louvor de um nome que é muito comum entre os naturais do Sabugal.
A mordomia deste ano, que tudo organizou e a todos mobilizou, foi constituída por Manuel Nabais, Manuel Saldanha, Manuel Mário Ricardo e Manuel Peixoto.
E para que a festa não acabe, foi nomeada a comissão que organizará o convivio de 2012: Manuel Augusto Ramos, Manuel Joaquim Rasteiro, Manuel Sousa Dias e Manuel Andrade.
Manuel vem de Emanuel, nome de origem hebraica que significa «Deus está entre nós». Os entendidos consideram que quem tem o nome Manuel é a pessoa indicada para viver em sociedade e para comunicar com os outros. É alegre e optimista e faz amigos com grande facilidade. Talvez seja por estas características intrínsecas que os maneis não desistem da sua festa onomástica.
plb
A carta e a denúncia anónimas são o rosto dos covardes. Só gente desprezível e repugnante é capaz de recorrer à calúnia para ferir a honra alheia.
Por detrás do anonimato agacha-se aquele que é incapaz de lutar lealmente, dando a cara, antes preferindo fugir às consequências da sua perfídia.
Quem dá a face aceita a responsabilidade pelo que afirma, lutando pela defesa daquilo em que acredita e lealmente protege. Tem a noção da justiça, sabe o que são a moralidade e a honradez. Lutando lealmente acaba aliás por atingir o seu objectivo.
Já o anónimo que joga na insídia acredita na impunidade resultante de estar escondido. Como ninguém o vê, não será identificado nem responsabilizado e pode dizer tudo o que quer sem temer consequências que o afectem. Esquece porém que essa conduta o afunda na escala da moralidade, e essa é a maior das condenações.
Falo assim perante o uso que nos dias de hoje se vem dando à carta anónima. Por essa via malévola, se tem feito mal a muita gente, dando-se azo a notícias e campanhas públicas, quando não a processos e inquéritos, que conduzem à desacreditação das pessoas, que ardem vivas na fogueira na exposição mediática. E isto acontece porque o caluniador tem sempre um cúmplice disposto a dar-lhe ajuda. Esse cúmplice, que é aquele a quem chega a carta anónima, ou que dela vem a ter conhecimento, e decide divulgá-la, merece igual condenação, porque ajuda o covarde a atingir os seus maldosos fins.
Hoje ninguém está a salvo de um ataque do anonimato calunioso. A todo o momento se assiste à conspurcação leviana da honra de muito boa gente, apenas porque alguém o caluniou anonimamente e outro, ou outros, deram crédito a essa forma de agir.
Reafirmo pois que a calúnia feita através do anonimato se tornou numa poderosa arma que a todos pode trucidar, conspurcando-lhe o nome e destruindo-lhe a carreira profissional, a vida familiar e a imagem social.
E porque afirmo eu que a calúnia é um mal actual? Pois por verificar que de há um tempo a esta parte se tornou hábito dar expressão pública, nomeadamente através dos meios de comunicação social, a esse tipo de campanhas, quantas vezes na sequência de processos a que polícias e tribunais deram também crédito.
Pois noutro tempo, quando a moralidade imperava, havia uma recomendação expressa para todos os serviços públicos, que rezava assim:
«1- Não tomar conhecimento de qualquer documento que não venha devidamente assinado pelo autor;
2- Proceder com veemência contra aqueles que vierem a descobrir-se como seus autores, participando os factos ao Ministério Público que analisará a possibilidade de acção criminal por denúncia caluniosa».
Todos sabem que há formas de serem ouvidos nas suas pretensões por modo a fazer prevalecer os princípios da justiça, não sendo aceitável que alguns se sirvam de processos ignóbeis e reveladores de acentuada covardia moral.
«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
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