You are currently browsing the daily archive for Sexta-feira, 24 Junho, 2011.
As mães, às vezes, têm destas coisas…

Como te posso eu fazer acreditar que a vida são caminhos sem fim e a maior aventura é mesmo a de os percorrer?
Como te posso eu preparar para esses caminhos sem ter de te ver nunca tropeçar e raspar o coração?
Como te posso eu dar a mão, te embalar para, depois, seguires sozinho, apaixonado e confiante, sem ter de algum dia te perder de vista?
Como te posso eu proteger dos buracos ou, caso tropeces e caias nalgum, te ajudar a tirar de lá com o mínimo de arranhões? Ou, pelo menos, não deixar que as feridas nunca te façam desacreditar e perder a fé desta maravilhosa aventura?
Como te posso eu fazer acreditar que quando te desanimares por algum motivo ou que alguém te magoe, tu saberás sempre que contas comigo? Será que me vais dar algum sinal ou te fecharás no silêncio?
Como te posso eu nunca te desiludir, ou te sentires beliscado comigo, ainda que seja para teu bem?
Como é que te posso eu mostrar que a vida – a tua, a minhas e as nossas – é uma dádiva, ainda que à nossa volta existam injustiças, guerras e pessoas indignas e de coração cego?
Como te posso eu aconchegar-te sempre no meu colo, mesmo quando achares que já não tens idade para ele?!
Como te posso eu explicar que, por vezes, terás de ser tu a ir à frente no caminho porque o meu lugar será seguir-te atentamente para te apanhar se eventualmente caíres? E, saberes que se olhares para trás e não me vires, é porque vou mesmo ao teu lado, numa espécie de sombra reconfortante?
Como te posso eu segurar e ao mesmo tempo te largar, te abrir portas aos sonhos e ao mesmo tempo te mostrar que também há pesadelos?
Como te posso eu algum dia que seja deixar de pensar em ti, se nasceste de dentro de mim e se moras no meu coração?
Como poderemos nós – eu e tu – algum dia duvidar do que quer que seja se temos, em nós, esta alegria e amor que nos une? Sei que sabes e tu sabes que eu sei que esses muitos caminhos são muito mais divertidos quando os percorremos juntos!
Adoro-te!
«Jardim dos Sentidos», crónica de Carla Novo
carlanovo4@hotmail.com
Comentários recentes