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A Rede das Judiarias de Portugal vai ser constituída em Fevereiro, ficando sediada em Belmonte, noticiou a agência Lusa, que falou comJorge Patrão, presidente da Entidade Regional de Turismo da Serra da Estrela.
A rede vai juntar os centros históricos de vários municípios numa associação sem fins lucrativos para defender o património judaico urbanístico e arquitectónico, disse aquele responsável, um dos dinamizadores da iniciativa.
Pretende-se ainda definir programas culturais e turísticos com base na herança judaica.
Os membros fundadores já confirmados serão as entidades regionais de Turismo da Serra da Estrela, Douro, Oeste, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, os municípios de Belmonte, Guarda, Trancoso, Lamego, Penamacor, Freixo de Espada-à-Cinta e Castelo de Vide e a comunidade judaica de Belmonte.
«Outras entidades estão a ultimar os respectivos processos» para aderirem à nova estrutura, adiantou Jorge Patrão à Lusa.
A rede terá sede em Belmonte, onde reside uma das mais antigas comunidades judaicas do mundo, que sobreviveu à inquisição.
O presidente da Entidade Regional de Turismo da Serra da Estrela considerou que a rede será uma ferramenta útil para «muitos centros históricos que estão desmazelados e precisam de recuperação».
A requalificação será conseguida «através de programas específicos da União Europeia: uma candidatura com uma temática, como o judaísmo, tem mais força do que recuperar só por recuperar», destacou.
Por outro lado, «a rede permitirá ter uma nova aposta no sector turístico, tal como na Serra da Estrela o judaísmo tem representado um crescimento do número de turistas complementar ao mercado da neve», assinalou Jorge Patrão.
No entanto, o envolvimento de operadores turísticos será remetido para mais tarde.
Para já, os membros fundadores da rede ultimam os estatutos e preparam-se para a escritura pública a ter lugar em data a definir no mês de Fevereiro.
«Penso que vamos conseguir ter uma associação sólida, à semelhança da que já existe em Espanha», disse Jorge Patrão.
Amândio Melo, presidente da Câmara de Belmonte, manifestou-se satisfeito com a ideia, alertando, no entanto, que «não pode ser um simples movimento associativo. É necessário que os associados tenham uma tradição judaica para que a rede seja genuína».
plb (com Lusa)
O trilho (ou trilha) era uma alfaia agrícola usada para debulhar o trigo, puxada por animais, composta por um estrado de madeira que tinha incrustados pedaços de pedras e ferros cortantes.
Puxado sobre o trigo espalhado na eira, sempre com um homem em cima, os pedaços de pedras e as lâminas desgranavam o cereal e cortavam a palha. Era um sistema alternativo ao do uso do mangual, cujo uso se reservava para a malha do centeio.
Nas terras sabugalenses o centeio era a principal produção cerealífera e o mais usual eram as malhas com o mangual, em que vários homens se colocam em duas alas, malhando o cereal espalhado na eira. Porém em algumas terras raianas, como em Aldeia da Ponte, onde o trigo tinha condições propícias de cultivo, o trilho era comummente utilizado.
José Prata, no seu livro «Marcos do Passado – Aldeia da Ponte – Terra do Riba Côa», descreve a trilha como engenho de madeira em forma de estrado com a parte da frente ligeiramente encurvada para cima, cuja superfície inferior era cravejada com pequenas pedras e sílex de arestas cortantes, e por duas lâminas metálicas serrilhadas, fixas ao longo das juntas das tábuas.
A trilha era atrelada à junta de vacas para a debulha do trigo, colocando-se sobre ela uma criança que se encarregava de dirigir as vacas em círculos sucessivos sobre o trigo espalhado na eira. Para além desta tarefa, o garoto tinha ainda outra missão singular, que era a de, munido com um recipiente, apanhar as eventuais fezes dos animais, para que não conspurcassem o cereal.
A espiga do trigo era desgranada e a palha triturada pelas vezes sucessivas que o engenho lhe passava por cima. Depois era tempo de joeirar o trigo. Os restos triturados eram lançados ao ar e o vento encarregava-se de separar o trigo do joio, assim se arranjando o cereal para o fabrico do pão.
Paulo Leitão Batista
O leitor(a) poderá dizer que esta defesa que eu faço da Democracia não passa de retórica barata para Capeia Arraiana ler. Mas não é assim, pelo que leio, pelo que vejo, pelo que silenciam os meios de comunicação social e, pela percepção diária que tenho da comunidade em que estou inserido, existe vontade por parte de uma «elite», de desvirtuar, ou mesmo acabar com a Democracia. Aliás, os momentos históricos de crises económicas agudas são propícios a isso.
O que quer a oligarquia financeira? Mexer nas leis laborais e adaptá-las aos seus interesses, já conseguiram, eliminar impostos a que estão sujeitas as suas fortunas, já quase conseguiram, privatizar serviços públicos para se apoderar deles, vai conseguindo, reformar o sistema de pensões aumentando a idade de reforma para quando o sistema de pensões for privatizado, enviar os cidadãos do trabalho para a tumba, sem eles terem de pagar pensão alguma, o que será só lucro, já conseguiram.
A frase que melhor ilustra tudo é esta : «os políticos devem assumir e acatar as ordens dos mercados», frase dita por um político neoliberal, com ligações à banca privada.
Para que serve o nosso voto e o nosso Parlamento? Ambos são reféns dos especuladores, isto é uma demonstração da desvirtuação da Democracia. Mas o golpe final começou a ser-lhe preparado por um grupo de oligarcas que numa reunião num país da “União Europeia” sugeriu o seguinte: modificação do sistema de partidos, ou seja, substituí-lo por uma maior presença da sociedade civil a nível político, essa sociedade civil irá garantir a estabilidade, por cima dos ciclos políticos e mandatos governamentais. Querem com isso que não haja crises políticas, o pensamento e a ideologia serão únicos, nada poderá interromper o avanço económico e, muito menos o confronto de ideias, próprio de uma verdadeira Democracia. Daqui à ditadura vai um passo. A isso chamam o bem colectivo, mas que conceito fazem do bem colectivo? São os seus interesses privados, as suas fabulosas fortunas, às quais deve estar submetida a estratégia político/económica do Estado. Para eles é necessário um novo conceito de cidadania, esse novo conceito terá como finalidade aceitar as reformas que irão submeter os governos democráticos aos seus interesses privados. Significa isto que os partidos políticos e ideologias terão um papel secundário na Democracia, o papel principal tê-lo-á uma certa cidadania manipulada pelo poder mediático.
Que cidadão querem? Não o clássico cidadão político, de pensamento democrático, cidadão de direitos, mas sim um «cidadão moderno», consumidor, eleitor de quatro em quatro anos, não critico e, produtor de riqueza. Uma máquina que produza e não pense. Não mais o cidadão com direitos políticos, sindicais e, outros. A Democracia como a concebemos presentemente terá de desaparecer, segundo a oligarquia, para dar lugar à democracia empresarial, ou seja, banqueiros e grandes empresários irão executar as políticas públicas, será a privatização da Democracia. Vamos dar já um exemplo? É ou não verdade que o direito a informar está transformado num privilégio empresarial, mais do que no legítimo direito do cidadão a ser informado?
Nunca esqueça este pormenor querido leitor(a), todo o sistema que só fala em concorrência, rentabilidade, expansão, mercados e nível tecnológico, esquecendo-se do homem, da ética, da moral e da justiça social, está a cavar a sua própria sepultura. É o que está a acontecer presentemente nesta «União Europeia» (derivado da Globalização Neoliberal).
Um dos desafios deste princípio de século é conseguir o equilíbrio adequado da iniciativa privada e do interesse público, da liberdade e da igualdade. A perca deste equilíbrio irá originar o desaparecimento da Democracia.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
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