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Fonte do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC) confirmou esta semana em declarações à agência Lusa que as auto-estradas A23 e A25 que passam pela Beira Alta, a Via do Infante no Algarve e a auto-estrada A27 vão ter portagens a partir de 15 de Abril.
O pagamento de portagens nas autoestradas ainda sem custos para o utilizador (SCUT) entra em vigor a 15 de Abril de 2011, uma sexta-feira, disse à agência Lusa fonte do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC).
De acordo com a fonte o início da colocação dos novos pórticos de portagem electrónica «depende do calendário de cada concessionária».
A autoestrada A27, que liga Viana do Castelo a Ponte de Lima, e o troço norte da A28, entre Viana e Caminha, também vão ter portagens a partir de 15 de Abril. O alargamento da cobrança àqueles troços, incluídos na concessão Norte Litoral, vai acontecer na mesma data da entrada em vigor das portagens electrónicas nas SCUT Interior Norte, Beiras Litoral e Alta, Beira Interior e Algarve.
«Num esforço de compromisso procurado pelo Governo, adopta-se o princípio da universalidade na implementação do regime de cobrança de taxas de portagem», lê-se no comunicado do Conselho de Ministros difundido no dia 9 de Setembro aludindo ao alargamento do pagamento apenas às quatro concessões ainda em regime SCUT.
As antigas auto-estradas sem custos para o utilizador, mais conhecidas por SCUT, começaram por ser cobradas no Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata. Se já foram comprados mais de 222 mil identificadores de matrícula, também já foram enviadas 55 mil notificações aos automobilistas que circularam sem pagar a portagem.
Este número foi avançado à agência Lusa por fonte do MOPTC que revelou ainda que a receita total da cobrança de portagens nas ex-SCUT foi de «9,5 milhões de euros» só no primeiro mês e meio.
O Ministério ainda só dispõe dos valores globais até 1 de Dezembro, dado que «ainda não estão fechadas» as contas até ao final de 2010.
Tabelas com as tarifas para as portagens das SCUTs. Aqui.
jcl
O comerciante Arménio Candeias, com casa aberta no Sabugal, foi à reunião de câmara realizada no dia 5 de Janeiro, criticar a realização da Feira Outlet na cidade raiana nos dias 11 e 12 de Dezembro de 2010, evento que considera ter prejudicado seriamente o comércio local.
O facto de não ter sido exigida qualquer licença ao promotor do evento, nem qualquer taxa de ocupação do espaço aos expositores que vieram à feira, ao contrário do que sucede com os feirantes que vêm ao mercado, foi o argumento para Arménio Candeias considerar que houve um tratamento de favor em prejuízo dos comerciantes locais.
O comerciante sabugalense confrontou o presidente António Robalo com esta injustiça de um feirante ter de pagar para estar na rua, sujeito às condições climatéricas, enquanto que o promotor da Outlet veio para um local coberto sem nada pagar. Falou também do seu próprio exemplo enquanto comerciante, que paga licenças, incluindo o toldo que tem na via pública, assim como os demais comerciantes do concelho, sem que a Câmara lhe preste qualquer apoio. Em suma, para o comerciante, o Município prejudicou fortemente o comércio local, quando antes o devia defender para que os empresários não tenham de fechar os negócios e abandonar o concelho.
O presidente respondeu ao comerciante informando que a empresa municipal Sabugal+, que organizou o evento, tratou de tudo através de um promotor que por sua vez convidou os expositores, tendo sido cobrado 1 euro por entrada, facto que rendeu uma verba suficiente para custear algumas despesas com a realização da feira. Para António Robalo o evento visou dinamizar o concelho, o que foi conseguido com a vinda de cerca de três mil pessoas à feira, o que considerou ser bastante significativo.
Capeia Arraiana falou com Arménio Candeias, que nos referiu ter-se envolvido nesta batalha pensando no Sabugal, dando a cara não apenas por si, mas também pelos restantes comerciantes que se sentem prejudicados. «Todos os comerciantes sentiram na pele os efeitos desta asneira da Câmara, que prejudicou o comércio local», disse-nos.
O empresário não nega o interesse na realização de feiras de saldos, mas para isso o Sabugal tem comerciantes que podem aderir a essas iniciativas, sem que seja necessário chamar empresários do Porto que vêm aqui vender os seus produtos sem nada deixarem ao concelho.
«Ao contrário daquilo que foi afirmado pelo presidente da Câmara, não estiveram no Sabugal três mil pessoas, quanto muito estiveram umas centenas, pelo que a iniciativa, a esse nível, também não foi o sucesso que querem fazer passar», disse-nos o comerciante Sabugalense. «Mas se o que importa é trazer muitas pessoas ao Sabugal, então a Câmara que delegue em mim essa função, pagando as iniciativas. Se querem trazer cinco mil pessoas, eu contrato o Tony Carreira, se querem 10 mil então chamo a Shakira, se querem muitas dezenas de milhares então chamo os U2. O que interessa não é a quantidade de pessoas que vêm ao concelho, mas sim o que vêm cá fazer e o benefício que isso nos traz».
Arménio Candeias promete não baixar os braços nesta luta: «a Câmara foi eleita para defender os sabugalenses e eu estou a demonstrar que, neste caso, não é isso que está a fazer ».
A feira Outlet realizada no Sabugal nos dias 11 e 12 de Dezembro, no pavilhão municipal, seguiu-se a uma outra realizada no Soito, em Agosto, no Centro de Negócios Transfronteiriços, e destinou-se à promoção da venda de roupas de qualidade a preços de saldo.
plb
As «Aventuras de Pinóquio» e «Alice no País das Maravilhas» são duas histórias para crianças carregadas de mensagens transpessoais, psicológicas e esotéricas, dois relatos de desenvolvimento pessoal, em que Pinóquio e Alice se vão desprendendo dos seus defeitos e tornar-se verdadeiros seres humanos com ajuda de duas perssonagens; respectivamente o Grilo Falante e o Coelho, como acontece com a dupla Tamino-Pamina da «Flauta Mágica».

Há pouco tempo, Cecília Gatto Trocchi, antropóloga da universidade de Perrusa, explicava que Pinóquio não passava de um texto maçónico carregado de esoterismo, cujas peripécias seriam perífrases de livros esotéricos, como o «Livro dos Mortos» e o «Conto da Serpente Verde», do também maçon Goethe.
Não só concordo, como defendo que, além do Pinóquio, também «Alice no País das Maravilhas» é um texto maçónico, iniciático.
A razão é porque, não só ambas as histórias estão repletas de simbologia maçónica, como foram escritas por dois conhecidos maçons, o italiano Carlo Collodi e o inglês Lewis Carrol, respectivamente, no século XIX, tal como a partitura da Flauta Mágica o tinha sido, pelo maçon Mozart, no século XVIII.
De facto, na história de Pinóquio, Gepetto é um velho mestre que usa avental (mestre maçon) e, sonhando ter uma criança, faz um boneco de madeira (paralelismo com o trabalhar a pedra), desenhando-o com um compasso (símbolo maçónico). Ao ver a estrela azul (estrela flamejante) pede esse desejo, que lhe é concedido; enquanto dormia, a fada azul deu vida ao boneco, advertindo-o que se comportassse como menino de verdade (homem de verdade). E para o aconselhar dá-lhe o grilo falante (consciência).
Mas Pinóquio tem um ego hipertrofiado, produto de distintos vícios que foi acumulando. As mentiras fazem-lhe crescer o nariz e as orelhas de burro depois, num paralelismo muito semelhante à história do «Príncipe com Orelhas de Burro», que a tradição maçónica costuma utilizar para exemplificar a vida futil e inconsciente.
Pinóquio paga as consequências dos seus actos quando é engolido por uma baleia, à semelhança do Jonas Bíblico, num paralelismo também à câmara de reflexão das iniciações e ao ritual no terceiro grau na morte de Hiram Habib, existentes na maçonaria.
No ventre da baleia Pinóquio decide mudar, deixando para trás a vida inconsciente, e, sendo expelido pela baleia, afoga-se, também num paralelismo com a morte mística do iniciado maçónico, que na câmara de reflexão morre para a vida profana, renascendo para a vida iniciática, e do mestre que, no ritual de terceiro grau, se desprende da sua carne e ossos, para ressuscitar espiritualmente.
E da mesma forma que o iniciado e mestre, Pinóquio, acorda do afogamento, renascendo sob uma forma humana mais elevada, tonando-se um homem de verdade.
E Pinóquio é homem de verdade, também segundo a interpretação psicológica da história, quando transformando-se num menino de carne e ossso, vence o gato e a raposa (os centros instintivo-motor e emocional).
Estádio que o antigo tratado do japonês Yagyun, sobre a espada e a filosofia zen, explica numa frase: «Transforma-te num boneco de madeira: o boneco não tem ego, nada pensa, e deixa que o corpo e os membros trabalhem por si mesmos de acordo com a disciplina que experimentaram. É este o caminho para a vitória.»
Na história de «Alice no País das Maravilhas», que inicialmente, de forma reveladora do seu carácter simbólico, o seu autor intitulou «Alice debaixo da Terra», numa alusão à descida ao interior de si próprio do aprendiz maçon, o paralelismo com as «Aventuras de Pinóquio» é notório:
A estrutura da história segue do princípio ao fim o esquema de uma a sessão iniciática de loja maçónica, a que são adicionados alguns elementos de fantasaia e personagens. Alice estava aborrecida, cansada de ficar sentada num banco com a irmã, sem nada para fazer. Estava de olho no livro que a irmã lia, mas logo se desinteressou, já que ele não possuía imagens nem diálogos. A menina estava convencida de que um livro sem imagens e sem diálogos não valia a pena (futilidade, inconsciência).
No meio dessa monotonia, levanta-se a colher margaridas para fazer um colar, sendo surpreendida por um velho coelho de luvas brancas (mestre maçom de luvas brancas que introduz o iniciado) sempre preocupado com o atraso para a reunião (da loja). Curiosa, Alice segue o coelho, entrando numa toca (câmara da reflexão, caixão do mestre Hiram) entregando-se a uma aventura, onde passa por varias transformações e cenários numa espécie de antecâmara, antes de aceder, através de uma porta ao jardim onde três jardineiros (os três oficiais da loja) pintavam rosas brancas de vermelho (a transformação que se dá ao transpor a porta do templo) e chamavam-se uns aos outros como se tivessem números (nomes simbólicos dos maçons), o cortejo da rainha (o cortejo de entrada) , o jogo do croqué entre todos (a cadeia de união) a ordem de cortar as cabeças (o gesto do estar à ordem em maçonaria), as deliberações e votações (também na forma maçónica), (tudo elementos da iconografia e simbologia maçónica), que a levaram ao conhecimento de si mesma.
Cada experiência porque Alice passa, com as sucessivas transformações em que cresce e diminui, explica-lhe que vivemos cercados de estímulos aos quais se reage conforme a espiritualidade que se tem. «O País das Maravilhas existe». O trabalho de auto aperfeiçoamento na subida gradual na escada de jacob, que é o símbolo maçónico do crescimento gradual na Sabedoria, é possível.
Como diz a última frase da história: Alice aprendeu «que para voltar ao País das Maravilhas basta conservar o coração puro e os olhos tão transparentes como o céu de verão.»
O Grilo Falante de Pinóquio e o Coelho de Alice representam a nossa Alma Divina, a Consciência, adormecida e presa pelo Ego e pela Mente, pelos desejos inferiores egóicos, que temos, como Pinóquio e Alice, que ouvir e seguir na formação do coração e esclareciemto do espírito.
Ambas as histórias relatam simbólicamente o caminho longo e cansativo de um iniciado maçon. O Trabalho pelo qual a Pedra Bruta se transforma numa pedra trabalhada e viva.
Demonstram os passos do Caminho, as suas Provas, nas quais se prepara o espírito para se tornar digno de entrar no Templo (Interior), naquele templo verdadeiro, que é feito sem ruído de pedra nem de martelo, em que a luz do Conhecimento (Gnose) permanece eternamente.
Em suma; independentemente da sua conotação maçónica, psicológica e esotérica, cada uma das histórias, descreve a viagem atribulada e solitária da cada ser humano, pobre, nu e cego, na procura constante da Sabedoria.
Obs: os elementos dos rituais maçónicos são retirados do livro «A verdadeira história da maçonaria», de Jorge Balaschke e Santiago Rio, Quisnovi editora, Lisboa, 2006.
«Arroz com Todos», opinião de João Valente
joaovalenteadvogado@gmail.com
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