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Continuando a leitura do livro «The Laird’s Luck, and Other Fireside Tales» (A Sorte de Laird e Outros Contos à Lareira), de A. T. Quiller-Couch, verificamos que Manuel McNeill cumpre a rigor as indicações de Trant, procurando obter no Sabugal mais e melhores informações acerca da real força militar que o marechal Marmont tem junto a si.
O espião Manuel teria que se instalar no Sabugal para recolher informações sobre a presença dos franceses na vila. Foi primeiramente a Belmonte receber instruções do barbeiro, que conseguiu convencer a acompanhá-lo ao Sabugal para dar credibilidade ao disfarce. O irmão do barbeiro, que era vinhateiro, foi também e deu-lhes a história de cobertura perfeita, pois estava autorizado a fornecer vinho aos franceses.
Já no Sabugal o barbeiro fez uma petição ao comandante francês pedindo autorização para a reabertura da sua loja, que ficaria entregue a um amigo que conhecia a arte. Reabriram as portas da casa, que estava intacta, e o espião recebeu breves indicações quanto aos instrumentos, à forma de preparar medicamentos e de os aplicar.
Despachou o barbeiro – «pois se o plano falhasse o Sabugal não seria um bom lugar para ele» – que com o irmão abandonou a vila, ficando o espião entregue a si próprio.
Os vizinhos olharam-no algo desconfiados, mas Manuel sabia que a possibilidade de ser denunciado era pequena, pois os portugueses odiavam de tal modo os invasores franceses que dificilmente o trairiam.
Durante três dias o novo barbeiro cortou barbas e cabelos, vendeu unguentos, arrancou dentes e endireitou ossos, nomeadamente a alguns soldados e oficiais franceses que procuraram os seus serviços. «Consegui barbear razoavelmente e assim ganhei credibilidade como se fosse um autêntico barbeiro português. O mesmo sucedeu nos tratamentos aos meus doentes, que se não ficaram devidamente curados também não morreram – ou pelo menos os seus corpos não foram encontrados», escreveu o espião com ironia.
A sua maior dificuldade foi na aplicação da técnica no sangramento, ou flebotomia, muito habitual à época.
«A hipótese de ter de sangrar alguém não me tinha verdadeiramente ocorrido, e quando, na segunda manhã, um sargento que sofria das varizes se sentou na mesa de operações queixando-se de ter uma veia aberta, eu lamentei amargamente não ter ao meu lado um mestre a quem perguntar onde deveria cortar para fazer o sangramento. (…) Tomei-lhe o pulso e levantei-lhe as pálpebras com os dedos trementes. “No seu estado”, disse-lhe, “seria um crime sangrá-lo. Precisa é de sanguessugas”. “Acha?”, perguntou».
O relato contém outras peripécias passadas no exercício do ofício, incluindo o inesperado facto de barbear um hussardo que o reconheceu, pois já se haviam encontrado em Espanha, num outro momento em que se infiltrara. A solução foi colocar-lhe a navalha da barba ao pescoço e obriga-lo a jurar segredo.
Sabia que em breve seria descoberto. Colocou as portadas nas janelas, pegou
no boião das sanguessugas e saiu da vila para a margem do Côa, percorrendo as terras enlameadas pela chuva abundante, fingindo procurar «bichas». Já havia remetido um relatório a Trant com a descrição do dispositivo militar dos franceses, através do vinhateiro de Belmonte, que regressara ao Sabugal com outra carga de odres, mas agora sabia que corria perigo e tinha de tentar escapar dali sem ser notado.
Viu então duas fortes colunas de infantaria dirigirem-se para a estrada da Guarda, o que o deixou preocupado: «Estaria Marmont a executar contra Trant o mesmo golpe que este lhe preparava?». Tinha de avisar Trant do perigo que as suas milícias corriam.
Teve então um encontro inesperado com dois oficiais franceses, que numa casa abandonada se preparavam para se baterem em duelo. Um era oficial de intendência, do estado-maior do marechal Marmont, ao qual ouviu dizer que o comandante se preparava para uma movimentação militar. Do duelo resultou o ferimento grave do oficial de intendência, que o barbeiro se prontificou a tratar. Perante a saída do outro oficial que foi ao acampamento em busca de um cirurgião, o barbeiro-espião aproveitou para se apoderar do uniforme do ferido e montar o seu cavalo, assim escapando em direcção à Guarda, passando pelas sentinelas sem qualquer problema.
(Continua)
Paulo Leitão Batista
No passado sábado, dia 18 do corrente mês de Dezembro, os sócios do AECT reuniram, em Assembleia Geral, no auditório municipal de Mogadouro. Confesso que não esperava que tivessem marcado presença cento e quarenta associados.
Depois da maioria dos técnicos do AECT terem identificado e distribuído a documentação a todos os associados, que se dignaram comparecer, pediram para que entrassem e ocupassem lugar no auditório.
O Presidente da mesa da assembleia depois de ter verificado que havia condições para que os trabalhos se pudessem iniciar abriu a sessão.
A ordem de trabalhos era bastante extensa mas mesmo assim, com a boa vontade e com o bom senso de todos, fez-se um esforço para que todos os pontos, da ordem de trabalhos, pudessem ser analisados e discutidos antes do almoço.
Foi bom que assim tivesse acontecido visto que tempo em Mogadouro estava algo complicado, com bastante nevoeiro e algum gelo nas estradas da região. Assim, depois de degustada a riquíssima posta mirandesa, regada com um bom tinto a condizer, fizemo-nos à estrada de modo a que todas as pessoas pudessem estar nos seus lares à hora do jantar, tal como de facto aconteceu.
O quinto ponto da ordem de trabalhos estava relacionado com o projecto Self-Prevention ou projecto das cabras como algumas pessoas o vão designado.
Depois do Director José Luis Pascual ter proferido algumas palavras alusivas ao tema chamou ao palco os técnicos que têm estado mais envolvidos e mais comprometidos com este projecto. Os veterinários, economistas, engenheiros florestais e outros expuseram e desenvolveram os temas com tanta clareza que deixaram todos os membros da assembleia convencidos de que o projecto tem pernas para andar e que vai ser mesmo realidade.
Depois das referidas exposições abriu-se um curto período para debate. Alguns associados usaram da palavra para pedidos de esclarecimentos e achegas para logo, de seguida, ter sido posto à votação. O projecto das cabras acabara de ser aprovado por unanimidade e com uma salva de palmas.
O Director, visivelmente satisfeito, agradeceu a confiança manifestada e disse que no princípio do ano de 2011 já os técnicos sairão para o terreno fazer trabalho de campo junto das populações.
Sendo eu um homem de fé e de esperança nunca tive dúvidas de que o projecto Self-Prevention se converteria em realidade e que poderia aportar progresso e desenvolvimento para a zona do AECT visto todos sabermos que é considerada uma das manchas mais negra e mais atrasada de toda a Europa comunitária.
Se uma caminhada começa, de facto, num passo hoje, não tenho dúvidas em afirmar que se deu um passo gigante. Até os mais cépticos ficaram convencidos de que o Sef-Prevencion vai ser mesmo realidade.
Também não me restam dúvidas de que o caminho tem sido e continua a ser muito espinhoso. Mas hoje, posso afirmar, garantidamente, que estamos no bom caminho e que os objectivos hão-de ser certamente alcançados.
Um dos últimos pontos da ordem de trabalhos teve a ver com desistências e novas adesões. Também este ponto me deixou deveras satisfeito por ter verificado que saíram alguns e entraram outros. Como costuma dizer o Director Zé Luis: «O AECT é como o galinheiro. Umas saem e outras entram. Sempre assim foi.»
Registei também com muito agrado a presença do nosso Presidente António Robalo que, sentado numa cadeira da primeira fila, ouviu todos os intervenientes com muita atenção tendo tirado imensas notas.
Também já me tinha surpreendido a Vice-Presidente, Delfina Leal, aquando da vinda do Director ao Salão Nobre do nosso Município, para reunir com dezoito Presidentes de Junta. A reunião demorou três horas e a Vice-Presidente não arredou pé. Por isso me apraz afirmar que o nosso Município aderiu ao AECT depois de terem estudado bem a lição e tirado todas as dúvidas que pudessem subsistir.
A reunião da Assembleia acabou com todos os membros a discutir o pagamento das quotas. Há Ayuntamientos e Juntas de Freguesia que têm as quotas em atraso e outros que ainda não pagaram. A Direcção do AECT vai entrar em contacto com esses associados e dizer-lhes que ou regularizam a situação ou terão mesmo que sair do AECT por uma questão de justiça em relação àqueles que são cumpridores têm as quotas em dia.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
TIMOR LESTE – DILI – Passeio TT pelos trilhos de Timor Leste com a presença do Presidente da República, Dr. Ramos Horta. Além da prova houve um convívio entre os participantes e os timorenses que apareceram junto das viaturas. Deste país do sol nascente me despeço para o frio da nossa Raia.


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