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Tal como havia sido previamente combinado, entre a Junta de Freguesia de Foios, técnicos e políticos da Diputación de Salamanca, a Junta de Freguesia de Foios transportou o enorme assador de castanhas até à Salamanca.

A Câmara Municipal de Sabugal disponibilizou o transporte que levou, até ao local da feira, o grelhador, trezentos quilos de castanhas, dez garrafões de jeropiga, duas mesas, alguns feixes de caruma e carqueja e os seis homens que estavam incumbidos de fazer o magusto. Tudo correu conforme o combinado.
Às 10.30 horas carregou-se na camioneta da Câmara tudo quanto já atrás foi referido. Às 12.30 aconteceu o almoço em Casillas de Flores e, após este, reiniciou-se a viagem até Salamanca, local da feira, onde chegámos por volta das 15 horas.
Depois de termos estacionado a viatura, autorizados pelas respectivas autoridades locais, o grupo das seis pessoas visitámos os bonitos stands da feira, com artigos e produtos portugueses e espanhóis, até que o Técnico da Diputación, Carlos Cortes, veio ao nosso encontro para nos dizer onde deveríamos descarregar os artigos e os produtos destinados ao magusto.
Colocaram-nos na parte nobre do edifício onde todas as pessoas eram obrigadas a passar. Ficou tudo instalado por volta das 16.30 horas portuguesas.
A Sr.ª Presidenta de la Diputación, Isabel Jimenéz, acompanhada por Alcaldes e Presidentes de Câmaras da Beira Interior Norte aproximaram-se do típico assador de castanhas tendo sido dada a honra de pegar fogo às carquejas à Exm.ª Sr.ª Presidente de la Diputación de Salamanca.
No assador encontravam-se cerca de 50 quilos de castanhas que ficaram assadas ao fim de dez minutos. Os rapazes responsáveis, responsáveis pelo magusto, num ápice puseram toda a gente a comer castanhas e a beber a saborosa jeropiga que foi muito apreciada por nuestros hermanos.
O entusiasmos e a concorrência eram de tal ordem que houve necessidade de se proceder a nova tarefa. Ao fim de dez minutos estavam assados mais 50 quilos de castanhas que tiveram o mesmo destino que as primeiras.
Visto que era para isso que lá estávamos tomámos a decisão de assar castanhas para que todas as pessoas ficassem satisfeitas. Assim aconteceu. Repetimos a acção mais quatro vezes e satisfizemos toda a gente.
Enquanto procedíamos ao assado das castanhas exibia-se no palco, improvisado, o grupo de música tradicional portuguesa «Trovas da Beira», de Pinhel, e uma jovem fadista, Cláudia Madur, que para além de lindíssimos fados cantou duas vezes a «Maria la Portuguesa», de Carlos Cano que, tanto portugueses como espanhóis muito apreciaram.
Confesso que para nós foi uma honra termos participado na I.ª feira, designada por «ECORAYA» pelo que muito agradecemos a nuestros amigos Carlos Cortes, técnico superior de la Diputación de Salamanca, Agustin Caballero e Deputado Pepe visto que foi com eles que, há cerca de um mês, combinámos toda a estratégia para que as castanhas de Foios pudessem ter sido assadas e degustadas em Salamanca.
Finalmente os nossos parabéns e sinceros agradecimentos à Senhora Presidenta de la Diputación de Salamanca – Isabel Jiminéz – e Presidentes das Câmaras da Beira Interior Norte e Duero Superior visto que, numa conjugada acção de esforços, levaram a efeito este evento.
«Nascente do Côa», crónica de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Tal como havia sido previamente combinado, entre a Junta de Freguesia de Foios, técnicos e políticos da Diputación de Salamanca, a Junta de Freguesia de Foios transportou o enorme assador de castanhas até à Salamanca.
GALERIA DE IMAGENS – ECO-RAIA – SALAMANCA – 11 E 12-2010 |
Fotos de José Manuel Campos – Clique nas imagens para ampliar |
jmc
A investigadora Sara Raquel Reis da Silva, da Universidade do Minho, elaborou uma tese de doutoramento acerca da obra literária do escritor sabugalense Manuel António Pina.
A tese é intitulada «presença e significado de Manuel António Pina na literatura para a infância e a juventude». O objecto central do estudo foi analisar o papel na literatura infanto-juvenil portuguesa da obra que Manuel António Pina tem vindo a publicar nesse domínio nas últimas três décadas.
A investigadora foi primeiramente ao encontro da problematização dos conceitos-base que compõem o enquadramento do seu trabalho académico, analisando questões como a intertextualidade, o humor, a competência literária e a sua conformação perante o contacto precoce e continuado com textos literários.
Depois o estudo apresenta os traços dos aspectos ideotemáticos e dos recursos técnico-expressivos que singularizam a produção literária de Manuel António Pina, em particular nos seus textos dirigidos aos mais jovens.
A investigadora teve como orientadores da tese os professores Fernando José Fraga de Azevedo e Blanca-Ana Roig Rechou.
plb
A Confraria do Bucho Raiano esteve representada no IX Capítulo da Confraria da Gastronomia do Ribatejo, que aconteceu na vila da Azambuja este domingo, dia 12 de Dezembro.
Este capítulo na Azambuja comemorou os 10 anos da fundação da Confraria da Gastronomia do Ribatejo e evocou os mesmos anos da elevação da gastronomia a património cultural e imaterial em Portugal.
A intensa chuva que se fez sentir, impediu a realização do desfile das confrarias, que deveria ter percorrido as ruas da vila ribatejana. Mas isso não impediu a realização da cerimónia do capítulo, que aconteceu no auditório municipal, onde se procedeu à entronização de três novos confrades e à atribuição de diplomas de honra a quem se evidenciou na defesa da gastronomia do Ribatejo.
Carlos Abreu, grão-mestre da confraria, Fez uma interessante intervenções de fundo, relembrando o longo percurso efectuado em Portugal em defesa do reconhecimento do valor da gastronomia nacional. No ano 2000 o governo em funções declarou a gastronomia como património cultural e imaterial e no ano seguinte criou a Comissão Nacional da Gastronomia, tendo em vista operacionalizar a defesa dos principais valores desse novo património. Entretanto criou-se a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas com vista a garantir a boa representatividade das diversas confrarias na Comissão. Porém, como explicou Carlos Abreu, essa Comissão Nacional nunca funcionou, pelo que não se desenvolveu na forma devida a defesa da nossa gastronomia. A solução, apontou o orador, é organizar-se um movimento cívico em defesa da gastronomia como património cultural, ao qual as confrarias devem aderir.
Falou depois o escritor Armando Fernandes, na qualidade de vice-presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, defendendo que faz falta uma estratégia de defesa da gastronomia em Portugal. A França conseguiu que a UNESCO declarasse a sua gastronomia como património da humanidade, o mesmo sucedendo com Marrocos acerca da gastronomia mediterrânica, porém Portugal, «que tem a melhor gastronomia do mundo», não conseguiu ainda afirmar-se na defesa e na valorização dos seus valores gastronómicos. O orador defendeu que o esforço para a manutenção da originalidade das nossas receitas tradicionais é o melhor caminho a seguir para tirarmos verdadeiro proveito do valor da gastronomia portuguesa.
Seguiu-se o almoço na Casa do Campino, composto por sopa do campo da Azambuja, torricado com bacalhau assado e entrecosto da matança frito com arroz de feijoca. De sobremesa melão e marmelo do campo da Azambuja.
A Confraria do Bucho Raiano esteve representada pelo Chanceler, Paulo Leitão, e pelo Almoxarife, Paulo Saraiva. Estiveram representadas mais de uma dezena de confrarias gastronómicas de todo o país, cujos trajes e estandartes deram colorido ao evento.
plb
A Confraria do Bucho Raiano esteve representada no IX Capítulo da Confraria da Gastronomia do Ribatejo, que aconteceu na vila da Azambuja este domingo, dia 12 de Dezembro.
GALERIA DE IMAGENS – CONFRARIA GASTRONÓMICA RIBATEJO – AZAMBUJA – 12-12-2010 |
Fotos de Paulo Saraiva;– Clique nas imagens para ampliar |
plb
Torcicolo é uma ave da família dos pica-paus que tem a capacidade de conseguir virar o pescoço 180 graus.
Os alemães de Leste começaram a usar esta palavra (em alemão Wendehal) para definirem os políticos que conseguiram mudar para a direita do espectro político, após a queda do Muro de Berlim, apesar de estarem colocados em altos postos de responsabilidade no regime, conseguindo com isso serem perdoados e passarem a gozar de reputação de grandes democratas. O caso mais flagrante é o de Günter Schabowski, o homem que era o porta-voz do regime no próprio dia da abertura das portas do muro. Ele enganou-se numa conferência de imprensa transmitida pela televisão, no dia 9 de Novembro de 1989, anunciando a abertura das portas imediatamente, quando estava acertado que seria no dia seguinte. Só por isso ficou na história.
Mas por cá, por este cantinho à beira-mar plantado, também há muitos, muitos «torcicolos».
Os mais famosos são, com certeza, os do PS, que já viraram tantas vezes o pescoço 180 graus (e sempre para a direita), que não devem ter já para onde o virar.
Chamem-me «radical» ou o que quiserem, mas não posso deixar de referir-me a uma canção de um disco editado pelo PS, em 1974 (capa na imagem), com música de Arlindo de Carvalho (o autor do famoso «Chapéu Preto», que ao contrário do que se pensa não é uma canção tradicional). A letra é de João Dias e o disco, de vinil (sim, eu ainda tenho gira-discos para ouvir destas preciosidades) foi editado oficialmente pelo PS. Comprei-o num site de leilões da Internet e custou-me 10 euros (um disco destes em 1974 custaria 30 escudos). Não são os autores da música e da letra que estão em causa, mas sim o próprio PS.
A letra da canção (intitulada «Camponês, a terra é tua») reza o seguinte:
Camponês, a terra é tua, não a queiras ver roubada
O teu corpo foi charrua
Por teu sangue foi regada
Nossa terra, nosso amor, generosa mãe imensa
Se lhes dás sangue e suor é justo que lhe pertença
A terra, a terra, é de quem a trabalha
É o pão, irmão, na mão de quem o ganha
Abaixo, abaixo, morgados e senhores
A terra, a terra para os agricultores/
É teu o campo lavrado, por direito de razão
O teu braço foi arado, acabou-se a servidão (…)
Se alguém ouvir esta canção ou ler a letra, sem saber que se trata de uma canção oficial do PS, pensará que se trata de alguma canção feita por pró-albaneses, seguidores de Enver Hoxha (do PCP (m-l), da FEC (m-l), da UDP ou do MRPP). No entanto foi o PS que tudo fez para que a tal terra que estava inculta assim continuasse, logo em 1976. Mandou toda a letra da canção às urtigas.
Pois é, caro leitor, o PS não tem qualquer problema em dizer uma coisa para logo a seguir dizer, exactamente, o seu contrário. Contrariamente ao que disse António José Seguro há uma semana, o PS há muito que deixou de ter qualquer matriz (ideológica ou de qualquer outra natureza). É um partido completamente gémeo do PSD. O programa de TV «Contra-Informação» (que está prestes a terminar) não encontrou melhor boneco para Passos Coelho (que já não dava tempo para construir) do que o próprio boneco do Sócrates. Bastou colocar uma cabeleira nova e o Sócrates passou a ser o Passos Coelho.
Recentemente Edmundo Pedro (um histórico do PS e ex-tarrafalista) referiu numa entrevista que Sócrates poderia bem ser do PSD, até porque foi nesse partido que se iniciou. E alguém tem alguma dúvida?
Há bem pouco tempo o PS defendia com «unhas e dentes» o Código do Trabalho em vigor (aliás já objecto de revisão pelo Governo PS em 2009), referindo que não se devia mexer nele. Hoje, seguindo as directivas dos (seus) patrões de Bruxelas quer mudar o Código do Trabalho. Se isto não é ser «torcicolo», é ser o quê?
Bem se sabe que, quando o PS disser que isto ou aquilo não é para mudar quer dizer (para bom entendedor) que estará eminente a sua mudança.
Cavaco Silva que, agora se pronuncia sobre quase tudo (quando há pouco tempo «não se podia pronunciar») disse sobre a revisão do Código do Trabalho, pretendida pelo Governo que «não se pode pronunciar». Claro que não pode, se todos os que defendem a revisão, tal como os presidentes das confederações patronais; são apoiantes da sua candidatura! No entanto, quando o caso toca aos Açores já se pode pronunciar sobre tudo e mais alguma coisa (lembro-me bem de quando Cavaco fez parar o país por causa de uma comunicação sobre o Estatuto dos Açores, que ninguém percebeu).
Apesar de tudo, com Cavaco já se sabe com o que se conta, com o PS de Sócrates é que convém estar sempre de pé atrás. Pedir votos para fazer uma política de Esquerda (mesmo que “moderna”) e essa política ser igual à da «velha» Direita é que só mesmo os sectários do PS conseguem entender. E ainda por cima têm o descaramento de falar em «voto útil». Útil para quem?
E se falo em sectários é para comparar com aqueles que têm a fama de o ser. Helena Neves, numa entrevista à revista «Visão», em Junho deste ano, refere que quando saiu do PCP leu uma carta no Comité Central e abandonou o partido. Álvaro Cunhal foi a uma consulta de oftalmologia e Helena Neves também estava lá. Ela pensou que Cunhal nunca mais lhe falaria. Pois não só lhe falou como a abraçou e beijou a ela e à sua filha. Mais tarde, telefonou a Helena Neves a dar-lhe os parabéns quando esta terminou o mestrado. E enviou-lhe, até, um telegrama.
Já Mário Soares tem dito, embora subrepticiamente, «cobras e lagartos» de Manuel Alegre que nem sequer saiu do PS. E tudo faz para que Cavaco ganhe as eleições presidenciais, só para não ser Alegre a ter essa vitória. Assim se vê a grandeza de certos homens, tidos como exemplo de grandes democratas, mas que não passam de uns pobres «torcicolos».
Nota: Já agora (e puxando um pouco a brasa à minha sardinha) fica como nota antológica a réplica de Sócrates à deputada Heloísa Apolónia, a propósito dos professores: «É uma competição um bocadinho ridícula as bancadas entreterem-se a ver quem é que elogia mais os professores.»
Pergunto eu: Quem é que Sócrates elogia? Os «mercados»? Ou as agências de «rating»?
«Política, Políticas…», opinião de João Aristides Duarte
(Deputado da Assembleia Municipal do Sabugal)
akapunkrural@gmail.com
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