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O comando territorial da GNR da Guarda vai realizar uma operação de controlo do tráfego de veículos pesados junto à fronteira de Vilar Formoso, atendendo à proibição de circulação em Espanha deste tipo de veículos na segunda-feira de Páscoa.
Segundo um comunicado divulgado pelo comandante da GNR da Guarda, o Governo de Espanha decretou a interdição à circulação de veículos pesados de mercadorias, com o peso bruto superior a 7,5 toneladas, e aos conjuntos de veículos de qualquer massa máxima autorizada, na auto-estrada A-62, entre Fuentes de Onõro e Burgos, no dia 5 de Abril de 2010, no período compreendido entre as 9 e as 21 horas (hora portuguesa).
Esta proibição é já habitual em Espanha neste período, dela ficando contudo isentos, os conjuntos de veículos de qualquer peso bruto autorizado, que transportem gado vivo ou leite, assim como aqueles que transportem produtos que favoreçam a manutenção das estradas, em período invernal.
Prevendo-se que inúmeros veículos pesados de mercadorias tenham planeada viagem em direcção à fronteira de Vilar Formoso, naquela data, e que tenham que ficar retidos junto à fronteira até à hora final da interdição (21h00), a GNR irá realizar uma operação de vigilância, controlo e regularização de trânsito para garantir a fluidez do tráfego e a segurança de pessoas e bens que fiuem imobilizados.
A insuficiência de lugares para estacionamento em Vilar Formoso, poderá levar a que muitos veículos pesados tenham que permanecer imobilizados noutros locais próximos da A25 e da A23 ou mesmo nas bermas da auto-estrada, o que constitui um motivo acrescido de preocupação para a GNR, que recomenda as empresas de mercadorias e os camionistas a planearem a sua viagem evitando paragens no percurso
plb
Procurava no meio da anarquia dos meus livros, jornais e revistas, algo que me interessava, não encontrei, mas veio-me algo ter ás mãos: tenho na minha frente um artigo que o doutor Mário Soares escreveu em 2008 para um jornal.
«Os actuais políticos europeus, com algumas excepções, parece que ainda não compreenderam que na Europa também são precisas rupturas radicais, em consonância com as aspirações sociais e ambientais dos eleitores europeus e as Grandes Causas que hoje preocupam os jovens e os adultos, mulheres e homens. Quarenta anos depois do Maio de 68, está na hora de os jovens europeus voltarem a lutar por um mundo mais justo, solidário e melhor».
Avisadas palavras, doutor Mário Soares, vamos então pedir aos jovens portugueses, aos adultos, ás mulheres e aos homens que comecem a lutar, na rua, contra aqueles que os lançam no desemprego, no trabalho precário e no desespero. Sabe quem são esses que assim procedem? Os que presentemente nos governam, os do seu partido, aqueles cuja política governativa provoca efeitos socialmente desastrosos, aqueles que traíram e traem diariamente os ideais socialistas, aqueles que o senhor tanto apoia. O Partido Socialista foi a alma ideológica que serviu para os mais fracos, os mais humildes e os mais pobres da sociedade portuguesa, pós Abril de 1974, se lançarem num combate político que os levou à sua emancipação. Era um partido de trabalhadores, e agora o que é? Um partido de burgueses urbanos que o que sabem fazer, e os únicos ideais que têm é ler o Expresso e dizer mal do PSD.
Este tipo de «socialistas» já não luta pela erradicação da pobreza, pela justiça social e pelo pleno emprego, tornou-se indiferente à crueldade social de uma União Europeia neoliberal, que suprimiu postos de trabalho, cortou nos salários e pensões de quem trabalhou e trabalha, tudo para encher os mercados financeiros que já nadam em dinheiro. Obedecem cegamente a Bruxelas e ao Banco Central Europeu. E quem serve a dois senhores, algum tem de trair, e o mais fácil de trair é o povo…
Sabe porque é que não há revoltas? Porque vivemos no mito de um «governo socialista», um partido e um governo de «esquerda», assim as lutas sociais não fazem sentido. Tornou-se o Partido Socialista, um partido de contenção das lutas de quem trabalha, por isso, o grande poder económico tanto se serve dele para os seus fins, este é o pior conservadorismo, não permite que nada mude.
Que mais dizer doutor Mário Soares, que o Povo Português não saiba? Talvez não saiba que os partidos socialistas a nível europeu, e não só, se passaram com armas e bagagens para o campo dos seus antigos inimigos de classe. Essa traição deixou indefesos milhões de jovens, mulheres e homens que trabalham e que procuram emprego.
O doutor Mário Soares poderá dizer que as sociedades modernas, as sociedades da alta tecnologia, não podem ser governadas como as antigas. As sociedades modernas são de agora, as antigas de antigamente, mas a justiça é de sempre.
A história ainda não chegou ao fim doutor Mário Soares, há muita luta a travar.
Este post saiu-me assim. Podia ter sido pior! Fiz auto-censura, censurei catorze linhas…
Antes de terminar quero fazer justiça aqueles homens e mulheres do Partido Socialista que se mantêm íntegros nos seus ideais do Socialismo em Liberdade.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
Junto à capela de São Paulo o largo com o mesmo nome foi recuperado com supervisão paisagística qualificada. O descampado deu lugar a três «ilhas» ocupadas por barrocos e guardadas por tranquilas oliveiras. A Fonte Romana voltou a ficar à vista e os pilares do «tronco» onde eram ferrados ou curados os animais – à sombra da histórica amoreira – voltaram à sua posição original. O espaço público de Ruivós está a renascer com muito cuidado e bom-gosto.

Em Ruivós a eleição dos membros da Junta é feita em plenário cumprindo a regra das freguesias com menos de 150 eleitores. Em Outubro do ano passado «apareceu a votos» uma única lista encabeçada pelo actual presidente Manuel Leitão que não perdeu tempo e tem vindo a fazer uma notável obra de recuperação e qualificação dos espaços e caminhos públicos.
Em Novembro a Junta apelou à participação de toda a população e durante todo o mês os fins-de-semana foram ocupados com a recuperação e limpeza dos caminhos rurais.
«Tinha como grande objectivo iniciar o meu mandato com a recuperação do espaço histórico do Largo de São Paulo», começou por nos dizer Manuel Leitão, presidente da Junta de Freguesia de Ruivós. «Pedimos a colaboração da Câmara Municipal do Sabugal e os trabalhos de recuperação e arranjos paisagísticos do largo foram acompanhados pela eng.ª Cláudia. Plantámos por toda a freguesia cerca de três dezenas de oliveiras que fomos buscar a Longroivo. As que estão plantadas no Largo de São Paulo foram oferecidas pelo senhor Manuel Joaquim Rito do Soito. Os barrocos estavam em terrenos onde, em criança, guardava as vacas dos meus pais», esclarece-nos o empreendedor autarca.
A cerca de 500 metros da actual povoação de Ruivós no Largo de São Paulo e encostada ao cemitério ergue-se a Capela de São Paulo catalogada com grande antiguidade e que pode ter sido inicialmente uma mesquita. Está situada no vale de Valdeiras também conhecido como vale da ribeira da Nave reconhecido como um dos caminhos de Santiago certificado pela concha decalcada na pedra da janela da igreja matriz.
Na capela de São Paulo uma estela de granito embutida na parede virada a Norte tem uma inscrição romana, em latim, descodificada pelo arqueólogo Marcos Osório da Silva e que diz: «(A ???c) a Alfídia Ama, filhos de Lúcio Ânio Cipiano. Aos seus filhos, o pai mandou fazer esta memória».
Ainda de acordo com o estudo de Marcos Osório «Ruivós – Antiguidade de uma Freguesia» durante o domínio romano toda a região em torno de Ruivós «dada a sua referida riqueza agrícola, voltou a ser densamente povoada e no lugar onde se situa a capela de São Paulo, ter-se-á implantado uma unidade habitacional/agrícola, denominada nos tempos romanos de villae. (…) A sul da capela, existe uma nascente chamada de fonte romana que poderá corresponder a um local de tradição no abastecimento de água ao local».
«A fonte romana há muito que estava escondida pelas silvas e pelas giestas», recorda Manuel Leitão quando chegamos à portaleira de um lameiro onde se notam as paredes em pedra recolocadas, recentemente, no lugar. Ao fundo uma espécie de anta protege uma pequena presa de água arrimada a um cristalino ribeiro de geladas águas que corre com imponência nestes chuvosos tempos de Março. «Aqui está ela! Limpámos o lameiro e a fonte romana e queremos fazer aqui um parque de merendas», diz-nos com orgulho o presidente.
A visita guiada terminou nas traseiras da igreja matriz de Ruivós junto ao antigo «tronco» com seis pedras graníticas verticais onde os animais eram ferrados ou curados quando tinham pernas partidas ou estortegadas. Ao lado do «tronco» mantém-se imponente a velhinha amoreira testemunha silenciosa da brincadeira de gerações de crianças e que em todas deixou a sua marca colorida. Nas mãos, no corpo, na roupa. As amoras são daquelas que crescem até ficar enormes e vermelhas e depois amadurecem para preto. É a amoreira do povo. É a velhinha amoreira que merecia ser podada, tratada, revitalizada e condecorada com a ordem de monumento da freguesia de Ruivós. Aqui fica o desafio ao dinâmico presidente Manuel Leitão.
jcl
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