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Depois de vencer o Globo de Ouro para Melhor Filme Estrangeiro, «O Laço Branco» de Michael Haneke prepara-se para ser um dos candidatos a Óscar da mesma categoria. O realizador austríaco assina mais um filme que nos deixa desconfortável.
Vencedor da Palma de Ouro na última edição do Festival de Cannes, «O Laço Branco» é uma história onde o medo, a moral e a inocência andam lado a lado. A acção tem lugar numa aldeia no norte da Alemanha no período anterior à I Guerra Mundial, um conflito que marcou bastante a História da Europa e segundo vários historiadores o início do século XX, quando misteriosos acontecimentos começam a ocorrer.
É neste clima de pré-conflito que Michael Haneke conta a história de «O Laço Branco» através de um narrador que esteve presente mas não era originário da aldeia. É o Professor (todas as personagens adultas de «O Laço Branco» são designadas pela sua profissão: o professor, o doutor, a parteira, etc.) que relata os misteriosos acontecimentos que começam quando o Doutor tem um acidente.
Este caso é o ponto de partida para uma série de ocorrências que permanecem inexplicáveis, pois nem o narrador consegue descobrir para contar, nem os restantes personagens querem admitir o que se passa.
E as suspeitas caem em todos: tanto as crianças com os seus comportamentos inocentes como os adultos com pecados escondidos. E a juntar a isto surge a moral imposta pelos adultos, muitas vezes sem razão. Um dos exemplos é o laço branco do título, que é colocado na roupa de duas das crianças, para que eles se lembrem da inocência.
E é assim que Michael Haneke realiza um grande filme, com uma bela fotografia a preto e branco e sem banda sonora. O próprio realizador já admitiu numa entrevista recente que optou por não utilizar banda sonora para tornar o filme mais próximo da realidade e passou na prova.
No fundo o austríaco conseguiu fazer um filme que nos deixa desconfortáveis e com muito que pensar, não só no que diz respeito ao comportamento das personagens, mas também quanto ao próprio contexto histórico da acção. Esta é precisamente uma das mais valias de «O Laço Branco».
«Série B», opinião de Pedro Miguel Fernandes
pedrompfernandes@sapo.pt
A localização do Concelho do Sabugal deve ser entendida não como factor negativo, mas como um dos pilares de uma estratégia de desenvolvimento sustentada.
Numa recente visita aos Fóios a convite do José Manuel, seu Presidente de Junta, permitiram-me tomar contacto com um gigantesco mapa que se destaca na parede da recepção do Centro Cívico.
O mapa que reproduzo em anexo é em si mesmo de tal modo elucidativo que quase dispensava quaisquer comentários. No entanto não quero deixar passar esta oportunidade para, mais uma vez repetir aquilo que venho defendendo há muito tempo.
Em crónica escrita há perto de um ano, dizia então, e cito:
«(…) um modelo de regionalização que sirva os interesses do Concelho do Sabugal, não pode deixar de comportar os seguintes aspectos essenciais:
1 – Integração nas estratégias de desenvolvimento do Eixo Urbano Guarda-Castelo Branco;
2 – Aprofundamento das relações com os Concelhos de Belmonte e de Penamacor;
3 – Aprofundamento da relação com os Municípios da raia espanhola;
4 – Aposta decisiva na construção de um modelo de desenvolvimento regional que englobe os eixos urbanos Guarda-Castelo Branco e Salamanca-Plasência-Cáceres.»
E o mapa a que me refiro, permite ter um olhar diferente para o posicionamento do nosso Concelho, já não enquanto um território isolado e em situação desfavorável face às dinâmicas regionais da Guarda, Covilhã, Fundão e Castelo Branco, mas enquanto parte integrante de uma realidade transfronteiriça que, em torno do complexo montanhoso Malcata/Gata, agrega quatro Unidades Territoriais – Sabugal e Penamacor em Portugal e Alto Águeda e Sierra de Gata em Espanha.
Percebe-se pela leitura deste Mapa, como podem ser estreitas as relações inter-fronteiriças: Batocas – La Almedilla; Aldeia da Ponte – La Albergueria de Argañan; Lajeosa – Navas Frias – Casillas de Flores; Aldeia do Bispo – Navas Frias;e Fóios – Navas Frias.
Mas percebe-se também como seria importante aprofundar as ligações das freguesias de Santo Estêvão, Casteleiro e Moita com o Meimão, o Vale da Senhora da Póvoa e a Meimoa, no Concelho de Penamacor, quer pela gestão comum da Reserva Natural da Serra da Malcata, quer do sistema de aproveitamento hídrico das águas do Côa.
Todos sabem que não sou dos que pensam que o desenvolvimento vai vir de Lisboa como os bebés vinham de Paris numa cegonha…
As realidades socioeconómicas deste conjunto de municípios são muito semelhantes e os problemas e desafios com que se defrontam muito idênticos.
Isolados pouco poderemos fazer. Em conjunto, estabelecendo estratégias de afirmação regional comuns, somos mais fortes.
A riqueza natural das Serras da Malcata e da Gata; o património histórico edificado; o património cultural; a gastronomia e o artesanato; os usos e costumes; a centralização relativa face aos principais núcleos urbanos da Região – Castelo Branco – Fundão – Covilhã – Guarda e Salamanca – Ciudad Rodrigo- Cáceres, eis outras tantas oportunidades de desenvolvimento.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
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