Os jornais que compramos, pagando, sujeitam a nossa mente a sádicas torturas, pela forma como os jornalistas escrevem o que sabem escrever.
Formas verbais incorrectas, confusão de verbos (raros distinguem entre ter e estar…), incapacidade de utilizar preposições (tão simples: preposições) como na forma «divorciar com» em vez de «divorciar de», ignorância de significados, atrevimentos na forma de tratar assuntos que lhes provocam dores de dentes, enfim, tudo isto se agrava nas televisões.
Locutores que não distinguem palavras homónimas, nem homófonas e legendaristas que dão pontapés fatais na gramática. Decerto porque erraram na vocação e foram para jornalistas, em vez de terem optado pela carreira de futebolistas.
Para melhor clarificação veja-se a revisteca de televisão do «Correio da Manhã», de 18 de Dezembro. O português está a ser assassinado.
Ainda temos um recurso: falar quadrazenho.
«Carta Dominical», opinião de Pinharanda Gomes
pinharandagomes@gmail.com
4 comentários
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Segunda-feira, 11 Janeiro, 2010 às 16:28
Ramiro Matos
Saudando o regresso de Pinharanda Gomes, não podia estar mais de acordo.
Hoje ver televisão ou ler um jornal é, para quem considera importante falar e escrever correctamente o português, um martírio.
E é gente analfabeta e ignorante como esta que se arroga o direito de dizer o que está bem e o que está mal em Portugal…
Ramiro Matos
Segunda-feira, 11 Janeiro, 2010 às 20:10
BB
Citando o Mestre:
“uma maneira bem portuguesa de ser mestre em toda a arte e de ser burro em qualquer parte”
Bela observação.
Segunda-feira, 11 Janeiro, 2010 às 20:12
BB
Aquela rapariga muito linda da SIC notícias é uma excepção.
Fala correctamente.
Quinta-feira, 14 Janeiro, 2010 às 16:32
Adérito Tavares
Tal como o meu caríssimo amigo Pinharanda Gomes, também eu sinto dolorosamente os “pontapés fatais na gramática” lidos e ouvidos na comunicação social.
Dois ou três exemplos:
– Um dos principais jornalistas da RTP, cumulativamente escritor aclamado, diz sempre “…isto não tem nada a haver…” quando pretende dizer “…isto não tem nada a ver…”.
– Na imprensa, mesmo nos mais conceituados jornais de referência, já se assumiram como “bom português” dois erros primários transportados pelas novas gerações da escola para o quotidiano social: “…os resultados a Matemática foram calamitosos…” (claro que deveriam escrever “…os resultados em Matemática…”, ou então “…os resultados na disciplina de Matemática…”. Como, quando eram alunos, costumavam dizer “…tive nega a Matemática…”, a fórmula pegou.
– Por todo o lado, até na publicidade, substitui-se “neste” por “este”: “…este Natal vá à Finlândia…”; “…este Verão assista às capeias da raia sabugalense…”
Etc., etc.