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Cerca de 70 confrades reuniram ontem, 7 de Novembro, em Lisboa, por ocasião do V Almoço da Confraria do Bucho Raiano, tendo como convidado de honra o Procurador-Geral da República, Juiz Conselheiro Fernando Pinto Monteiro.

As opiniões foram unânimes quanto ao serviço proporcionado pelo Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), que recebeu a Confraria e serviu condignamente o bucho vindo da Rebolosa. No final também houve castanhas assadas, enviadas dos Fóios, por especial deferência do professor José Manuel Campos, presidente da Junta de Freguesia.
Foram cerca de 70 os confrades que aderiram a este almoço de divulgação do bucho e demais enchidos da raia sabugalense, que teve por «mordomo» o confrade Morgado de Carvalho. Para além do excelente almoço, o encontro foi também um alegre momento de convívio e uma oportunidade para o reencontro entre os sabugalenses e amigos das nossas terras.
Fernando Pinto Monteiro aceitou o convite da confraria e esteve presente, apreciando um sabor característico da sua infância e juventude, quando viveu no Sabugal com os pais e irmãos. Aliás o encontro com alguns velhos amigos serviu sobretudo para avivar memórias e contar velhas históricas de amizade e de aventuras. Recordou o tempo da escola tendo como pedagogo o professor Cavaleiro: «um dos meus heróis», disse com um sorriso aberto. Falou ainda nas noites a jogar poker no café do Senhor Abílio e nos dias de verão passados na casa do amigo Canaveira Manso, em Aldeia do Bispo, ocasião em que também se agarrava ao forcão nas capeias arraianas.
Também marcou presença o presidente da Assembleia Municipal do Sabugal, o confrade Ramiro Matos, de resto uma presença habitual nestes almoços. Vinda do Sabugal, a Dr Delfina Leal, vice-presidente da Câmara, representou o executivo municipal, sendo portadora de uma mensagem de amizade e de consideração para com a Confraria do Bucho, atendendo ao papel que tem desempenhado na defesa da gastronomia tradicional.
Foi uma tarde bem passada, no belíssimo palacete que alberga a antiga Cooperativa Militar (agora IASFA), na Rua de S. José. Um espaço com excelentes condições de recepção e de prestação do serviço, a que não foi alheio o empenho do Senhor Chagas, responsável da messe, que dirigiu pessoalmente os trabalhos, garantindo um serviço de excelência, que foi do agrado geral.
O próximo almoço da Confraria será no Sabugal, por ocasião do Entrudo, época do ano em que, tradicionalmente, as famílias se reuniam à volta da mesa para degustar o bucho.
Discurso de Delfina Leal, vice-presidente da Câmara Municipal do Sabugal. Aqui.
plb
Se a importância e mediatismo do rio Côa, na sua foz, se deve à descoberta das gravuras rupestres, a importância da sua nascente, deve-se-à persistência e dinamismo do presidente dos Fóios, que há dezasseis anos tem lutado pela sua divulgação, preservação e melhoramento dos acessos á mesma, bem como da freguesia.
Tive a oportunidade no dia 22 do mês passado, de me deslocar, com mais dois familiares, do Sabugal aos Fóios, sempre acompanhado pelo «cicerone» Zé Manuel Campos, habituado a estas «andanças» que faz com prazer e paixão.
Valeu a pena percorrer o trajecto que separa o município desta freguesia cada vez menos longínqua, graças aos recentes acessos. Situada entre elevados montes o seu maior interesse turístico é a nascente do Côa, a 1200 metros de altitude, na Serra das Mesas.
A estrada já alcatroada, financiada pelo Programa «Aldeias do Côa» possibilita um óptimo acesso á nascente do Côa.
De lá, pudemos apreciar uma extensa e grandiosa vista panorâmica inter fronteira. No chamado Lameirão, estão em construção parques de merendas e percursos pedestres.
De volta à aldeia, que vista lá de cima parece um «alguidar», nas palavras do Zé Manuel, visitámos a Igreja Matriz, vimos o chafariz, o cruzeiro e o Lar de São Pedro, a praia fluvial, o restaurante «El Dorado» e finalmente o Centro Cívico, recentemente inaugurado. Situa-se no maior Largo da aldeia, perfeitamente enquadrado no património edificado à sua volta. Compõe-se de dois andares, albergando no rés-do-chão, um belíssimo auditório em que o azul predomina, com capacidade de cerca de100 pessoas, com um pequeno posto de turismo, um bar, uma pequena biblioteca, com livros, em parte oferecidos pelo fogeiro Prof. José Corceiro Mendes e um espaço muito funcional de acesso gratuito à Internet.
No primeiro andar, encontra-se em formação um museu, com 80 m2 de área, onde já se encontram peças e utensílios muito antigos, usados pelas populações nas actividades agrícolas e outras.
A tarde terminou num café tipicamente espanhol implantado em território português mais precisamente nesta espantosa aldeia, onde ainda há ou melhor dito está a crescer população activa e jovem, contrariando a malfadada «desertificação» que grasa em todo o concelho.
«Terras entre Côa e Raia», opinião de José Morgado
morgadio46@gmail.com
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