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Resumo editado da Acta 18/2009 da reunião ordinária da Câmara Municipal do Sabugal realizada no dia 21 de Agosto de 2009.
O conteúdo resumido da acta 18/2009, de 21 de Agosto, da reunião ordinária da Câmara Municipal do Sabugal realizada no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho é da responsabilidade editorial do Capeia Arraiana.
A consulta das actas oficiais pode ser feita no endereço que indicamos no final.
Acta n.º 18/2009 (21 de Agosto)
Estiveram presentes o presidente Manuel Rito Alves e os vereadores Manuel Fonseca Corte, José Santo Freire, António dos Santos Robalo, Luís Manuel Nunes Sanches e Ernesto Cunha tendo faltado por motivo justificado o vereador Rui Manuel Monteiro Nunes.
Antes da Ordem do Dia
– O Vice-Presidente da Câmara [n.d.a. Manuel Corte indicado como vereador no início da acta] tomou a palavra para dizer «Tomei conhecimento através do blog “Capeia Arraiana” que se encontra aberto mais um concurso para admissão de pessoal – no caso, dois fiscais municipais. Não obstante a gestão de pessoal ser uma competência exclusiva do Presidente da Câmara, quero manifestar o meu desacordo, não pela admissão do pessoal necessário ao desempenho das tarefas acometidas à Câmara Municipal, mas sim pelo momento, que considero inoportuno, dado estarmos em época eleitoral, retirando o ambiente de serenidade, sempre necessário. Concluindo, não é a abertura dos concursos que está em causa mas sim o momento, até porque os lugares há muito estavam em condições de serem preenchidos.»
– O Presidente da Câmara tomou a palavra para informar o seguinte, relativamente às 27 Habitações Sociais/Pólo Tecnológico: “Há financiamento contratualizado com o P.O Centro, via Comurbeiras para equipamento do Pólo Tecnológico, sendo que: 4 habitações ficam adstritas ao Centro Jesué Pinharanda Gomes e 23 ficam totalmente equipadas para instalação de alunos ou professores, para ocorrer a situações de carência social, para instalação de empresas inovadores e finalmente, se ainda houver vagas, para serem alugadas como Aparthotel, para permanências superiores a três dias”.
Foi entregue proposta de regulamento que será discutido oportunamente.
Ordem do Dia
Diversos
– Carta de José Eduardo Lucas, a solicitar a cedência de um terreno com a área de aproximadamente 15.000m2 (150×100), para instalação de uma unidade de inspecção de veículos automóveis. Deliberado, por unanimidade, emitir declaração de cedência de terreno, pelo período de 6 meses, durante o qual deverá fazer prova de concretização do pedido. Caso não entregue tal documento reverterá o terreno para a Câmara.
– Carta da Scutvias da Beira Interior sobre Concessão Scut da Beira Interior – Sinalização Sabugal – A23 – Sinalização Turística Sabugal e Sortelha A23 e A25 – Sinalética Turístico-Cultural/Património. Deliberado, por unanimidade, solicitar parecer ao IGESPAR e comunicar o assunto à Junta de Freguesia de Sortelha.
– Carta da Associação Cultural e Desportiva de Soito a solicitar a cedência do stand verde que se encontra a servir o bar no CNT-Centro de Negócios Transfronteiriço. Deliberado, por unanimidade, autorizar a cedência do referido stand.
– Deliberado, por unanimidade, aprovar a 6.ª Alteração às Grandes Opções do Plano 2009/2012 e 7.ª Alteração ao Orçamento para 2009.
Subsídios
– Carta da Brigada de Intervenção – Regimento de Infantaria nº 14, a solicitar apoio financeiro para a edição do Livro “O n.º 14 na Infantaria Portuguesa”. Deliberado, por unanimidade, atribuir um subsídio no montante de 500,00€.
– Carta da Associação de Solidariedade Social de Malcata a solicitar um apoio financeiro para execução de obras de modernização e melhoria da condições dos utentes, no sentido de melhorar a oferta de apoio social. Deliberado, por unanimidade atribuir um subsídio no montante de 5.000,00€.
Trabalhos a mais
– Carta da firma João Tomé Saraiva, Sociedade de Construção, Ldª, adjudicatária da empreitada de “Ligação à A23 – Construção da Variante ao Soito”, a apresentar proposta de alteração e custos para os trabalhos solicitadas em reunião de obra. Na sequência da informação do fiscal da obra foi deliberado autorizar a execução destes trabalhos como trabalhos a mais da empreitada, com fundamento no disposto no art. 26.º do Dec. Lei n.º 59/99 de 2 de Março, pelo montante de 253.446,04€ acrescido de IVA à taxa legal em vigor, sem direito a prorrogação de prazo. Foi ainda autorizada a não execução de trabalhos no montante de 195.528,01€.
Transportes escolares
– Deliberado, por unanimidade, que até à adjudicação dos circuitos, o transporte seja assegurado pelo transportador do ano transacto e nas mesmas condições.
Consulte, na íntegra, as Actas da Câmara Municipal do Sabugal. Aqui.
Há actas que depois de esmiúçadas…
jcl
Da história da construção do hospital fazem parte alguns factos curiosos, mas para os contar nada como ler o ilustre sabugalense, Dr. Francisco Maria Manso.
«Das antigas muralhas de cintura do magestoso Castelo do Sabugal, restavam panos incompletos, cercados já por muros de quintas. A muralha era a parede divisória do quintal da família «Bigote» e da viúva «Canaveira». Mesmo ao cinto da parede divisória o pano de muralha estava quase completo. Na sua parte superior existia um velho carvalho todo coberto de «era», onde os rouxinóis em noites de luar subiam a gargear as suas serenatas, que muitas vezes ouvi extasiado.
Resolveu a C. da Mesericórdia construir o Hospital com o auxílio desta pedra e foi um pouco contristado que vi apear essas pedras que ali estiveram engrinaldadas de era durante séculos e que mereciam o respeito da nossa geração em nome Da esthética e para relembrar o esforço dos nossos avós levantando muralhas e castelos para manter a independência de Portugal e assegurar o seu pleno domínio.
Ainda propuz que não se demolisse esse pano de muralha e que conforme alguém lembrou se abrisse uma rua que passaria por baixo desse pano de muralha e seguiria quase em linha recta ao «teatro». A Comissão da Misericórdia não concordou e a pedra foi levada em carros de bois e camionetes para o local do hospital. O transporte foi gratuito e tanto os lavradores como os proprietários de camionetes (sr. Bartholomeu e Lucas) trabalharam com afan, querendo dar todo o esforço para a realização desta obra, mas as dificuldades não podiam tardar! Poucas pedras estavam ainda nos alicerces, quando se recebeu ordem telegráfica, endereçada ao delegado da comarca, para embargar as obras e levantar processo averiguando responsabilidades. Devia a origem ter sido qualquer conversa ou carta com o director dos Monumentos Nacionais, que tomou providências no sentido de salvar as muralhas. O Sr. Presidente da Câmara, falou neste sentido com o Sr. Governador Civil e d´ali vem ordem para continuar as obras. Continuaram… e poucos dias depois voltava outra ordem para suspender.
Foi uma comissão a Lisboa, composta do Presidente da Comissão da Misericórdia (Dr. Carlos Frazão), Presidente da Câmara (Afonso Lucas) e Dr. Galhardo que trouxeram ordens para as obras continuarem e foram recebidos com foguetes. Passado poucos dias vinha um engenheiro dos Monumentos Nacionais do Ministério da Guerra e avaliava as pedras da muralha em 8 contos que aquele ministério mandou que se pagasse… Por intermédio do Sr. Dr. João José Garcia, essa ordem ficou sem efeito e as obras livres para continuar.
As obras foram seguindo e quando um dos membros da Comissão da Misericórdia (Sousa Martins) regressava de dois meses de ausência, notava deficiências na aplicação da “cal” e como resolvesse medir o comprimento das paredes encontrou que o hospital tinha menos um metro e meio de que marcava a planta. Chamado o empreiteiro verificou-se que a fita métrica de que se servia tinha 3 centímetros a menos em cada metro.
Pediu-se a vinda de um técnico que condenou a obra e mandou que se desfizesse tudo o que estava feito… Intimado o empreiteiro… depois de várias peripécias desapareceu e os fiadores tiveram de arcar com as responsabilidades das clausulas postas na escritura e assim desfazer tudo o que estava feito, não obrigando a C. da Misericórdia ao pagamento da multa, por comiseração.»
Em Julho de 1930 escreve o Sr. Dr. Francisco Maria Manso: «Desfeitas as obras, modificou-se ligeiramente a planta e anunciou-se nos jornais nova arrematação».
Romeu Bispo
(Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal)
O cabrito assado na brasa é o prato rei do restaurante Robalo, do Sabugal, herdeiro do famoso cabrito do Mono, que os convivas comiam na vila raiana.
O Ti Orlindo Mono tinha uma conhecida e muito concorrida taberna, que também era casa de pasto. Tinha uma sala de refeições, a que nos últimos tempos até chamava restaurante, onde os grupos de amigos ou os homens de negócios se juntavam para comer o seu celebérrimo cabrito assado (é assim que se diz no Sabugal, onde a palavra «grelhado» é pouco usada).
O João foi o filho do senhor Orlindo que continuou o mister, passando a gerir o restaurante, que decidiu transferir para o desactivado silo da EPAC, em frente da Cooperativa Agrícola (o antigo Grémio), a que passou a chamar restaurante Robalo, em homenagem ao verdadeiro nome de família.
Seguindo os passos do pai, o João Robalo tomou conta da preciosidade gastronómica da antiga casa, que era o cabrito assado na brasa, que se mantém como a especialidade do restaurante. E não é numa brasa qualquer que os pedaços de cabrito, sabiamente cortados, são assados. A brasa é de azinho, o que garante, segundo o dizer o proprietário, condições de excelência para se grelhar a carne e lhe atribuir um bom paladar.
A confecção é à vista de todos, numa grande lareira, e numa enorme grelha de ferro. Nos dias de enchente, não há mãos a medir: «A grande maioria dos clientes pede cabrito na brasa, talvez 80 por cento». Mas a casa oferece mais do que o cabrito: «também sai muito a costeleta de novilho, o bife da vazia e o bacalhau, tudo na brasa», disse-nos o João Robalo.
Facilmente se confirma que o prato de cabrito é o mais pedido neste restaurante do Sabugal. E isso constata-se olhando de relance para as mesas. O cabrito assado vem numa travessa, em pequenos pedaços, acompanhado por batata frita às rodelas e por uma vistosa salada de alface. Quanto a vinhos, a casa tem um vasto leque de escolha, que inclui todas as regiões vinícolas do país.
O restaurante Robalo participou activamente na última semana gastronómica, promovida em Fevereiro pelo Município. «Na semana da gastronomia raiana a nossa aposta foi muito para além do cabrito, pois tivemos bucho todos os dias, sem excepção», disse-nos o empresário. Quanto ao mérito da iniciativa, a mesma deixou-o satisfeito: «Valeu a pena, porque se trata de uma boa iniciativa, sobretudo se for realizada na altura do Carnaval, como sucedeu este ano». «Muitas pessoas quando aqui comeram o bucho disseram recordar-lhes sabores de outro tempo, o que significa que vale a pena apostar na gastronomia tradicional sendo muito importante, neste caso do bucho, que o mesmo seja confeccionado à moda antiga», concluiu João Robalo.
Recentemente o empresário remodelou a antiga taberna da família e inaugurou um novo espaço, mais acolhedor, a que chamou «Tasca do Mono». À tarde é na tasca que recebe os convivas, a qual é um complemento ao restaurante, tudo contribuindo para afirmação do negócio, que ainda inclui a Hospedaria Robalo.
Aqui fica a sugestão de uma visita ao restaurante Robalo, cujas refeições poderão ser reservadas pelo contacto: 271753566.
plb
Teve início o novo ano escolar e vão, igualmente, recomeçar os treinos para os Judocas do Sporting Clube do Sabugal de forma a concluir a época desportiva 2009 e preparar e época de 2010.
Os atletas da secção de Judo do Sporting Clube do Sabugal (SCS) vão retomar a sua actividade nas instalações renovadas da sede do clube raiano.
As inscrições estarão sempre abertas ao longo do ano, pois a época desportiva para esta modalidade é de Janeiro a Dezembro à semelhanças do ano escolar, sendo o SCS o primeiro clube do distrito da Guarda a entrar em actividade nesta modalidade. As informações para as inscrições serão dadas no local de treino, em frente à central de camionagem ou pelo seguinte endereço: djmc@iol.pt
Tendo perspectivas de aumentar o número de praticantes, a secção de Judo irá este ano dar formação de defesa pessoal, apostando na formação contínua e não em acções esporádicas, pois pretende-se a través da sistematização do treino fazer adquirir aos seus praticantes os princípios básicos de defesa pessoal.
Alguns Judocas do Clube irão participar no próximo dia 26 de Setembro em Castelo Branco num treino onde vão estar presentes as Judocas femininas da selecção Nacional, incluindo Telma Monteiro, Vice-campeã do Mundo e Campeã da Europa que partilharão um pouco dos seus conhecimentos competitivos com os jovens.
O SCS e a sua secção de Judo agora melhor instalados não querem deixar de agradecer à Junta de Freguesia do Sabugal que permitiu a continuidade dos treinos no «salão da Junta» e, dentro das suas possibilidades, sempre apoiou a modalidade.
djmc
Levou-me a escrever este artigo, uma crónica que aqui li no «Capeia Arraiana» da semana passada, que se intitulava – Hoje destacamos…Jornal de negócios – e que falava num pequeno parágrafo, de Portugal e o que as suas elites políticas fizeram ao interior. Também me motivou a escrever sobre este assunto, uns momentos que passei aqui no cemitério da cidade junto ao túmulo de um homem que pertenceu à velha aristocracia deste Concelho, e que foi um Democrata e Humanista.
Ao chamar aristocracia a uma classe social que no arco temporal que vai desde a implantação da República até Abril de 1974, fez história na cultura, na política e na sociedade do Concelho do Sabugal, tem um significado, talento e distinção. Eram ricos, tinham poder, zelavam pelos seus interesses. O povo respeitava-os, e respeitava-os não só pelo poder que tinham, mas ao possuírem uma série de valores que irradiavam para a sociedade, levavam esta a imitá-los. Entendiam por progresso, não só a parte material, mas também o aperfeiçoamento humano, moral e intelectual.
E agora? O que é a nova elite? Salvo excepções, que felizmente existem, é um reflexo desta medíocre época histórica que vivemos. Individualismo exacerbado e hedonismo parolo, adora conquistar troféus, sejam eles de que índole sejam, para depois os mostrar nesta feira de vaidades que é a sociedade actual. Poder, dinheiro, êxito, fama, caem no ridículo e na imoralidade para conseguirem estes pseudo valores. Elevaram o seu insignificante Ego à categoria do Absoluto. Perigosos (as)! A sua maior aspiração é que as pessoas um dia se prostrem perante eles (as) para os poderem humilhar.
A Democracia, em vez de lhes incutir tolerância, respeito e solidariedade para com o seu semelhante, incutiu-lhes ambição de poder, por isso, muitos se dedicaram, e dedicam à política. Esta, transformou-se num trampolim para o que a maior parte persegue, repito! Há excepções felizmente, e que já mencionei, poder, dinheiro, êxito e fama. A dança da mudança de partido cada quatro anos é um exemplo flagrante. Nem se apercebem dos danos que causam à Democracia… O que é que o povo fica a pensar da Democracia e dos políticos, ao vê-los hoje defender o partido A contra o partido B, e daqui a quatro anos defender o partido B contra o partido A? Uma das razões do desinteresse pela política, e a diminuição da percentagem de pessoas que vai às urnas, radica neste facto, também.
Pode assim funcionar um País? Um Concelho? Muito dificilmente.
Leitor (a), o avanço de uma sociedade não significa só o avanço material, este não pode ser gerador de bem-estar, e de justiça para todos, quando os valores das elites políticas forem baixos.
As grandes mudanças históricas foram sempre de ordem espiritual, saíram da alma do homem. Vamos todos, «os de baixo», lutar para uma mudança radical, uma ruptura com o sistema. Não podemos lutar isoladamente, o que luta isoladamente é facilmente marginalizado e silenciado. Só a união faz a força.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
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