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Os destacamentos da GNR de Pinhel e de Vilar Formoso apreenderam diversas plantas de cannabis e porções de haxixe durante a última semana.
Segundo o comunicado semanal do Comando Territorial da Guarda da GNR, no dia 25 de Agosto, o Destacamento Territorial de Pinhel deteve um indivíduo de 21 anos de idade por posse e cultivo de 10 plantas «cannabis sativa» com o peso de 115 gramas. Na sequência da apreensão e do flagrante delito, foi feita busca à residência do suspeito, em Souto (Penedono) e apreendidas 11,08 gramas de Haxixe, bem como vários objectos relacionados com o tráfico e consumo daquela droga. O detido foi constituído arguido e sujeito a Termo de Identidade e Residência, ficando a aguardar o resultado do inquérito.
No dia 28 de Agosto, o Destacamento Territorial de Vilar Formoso deteve um indivíduo de 24 anos de idade, em flagrante delito, por posse e cultivo de 11 plantas «cannabis sativa», tendo na sua posse 2,2 gramas de haxixe. Na sequência da apreensão e do flagrante delito, foi realizada busca à residência do suspeito, tendo sido apreendida uma espingarda de caça, com montagem de foco luminoso para uso na caça nocturna, propriedade do seu pai, o qual foi igualmente detido por posse ilegal de arma de fogo.
Ambos os detidos foram constituídos arguidos e sujeitos a Termo de Identidade e Residência, ficando a aguardar o resultado do inquérito.
Ainda segundo o comunicado semanal registaram-se 62 ocorrências de natureza criminal, de entre as quais se destacam os furtos, crime que continua a ter muita expressão no distrito.
Foram detidos 12 Indivíduos em flagrante delito, pelos seguintes motivos: sete por condução sob o efeito do álcool, dois por cultivo/posse ilegal de estupefacientes, dois por crime de desobediência no âmbito da fiscalização rodoviária, um por posse ilegal de arma de fogo.
Foram elaborados 314 autos de contra-ordenação pelas seguintes infracções: 283 à Legislação Rodoviária, 19 à Legislação da Natureza e Ambiente, 12 à Legislação Policial.
No dia 25 de Agosto, o Comando Territorial da Guarda levou a efeito uma operação, direccionada para a fiscalização geral de trânsito e abordagem a suspeitos da prática de crimes. Na Operação foram efectuadas 2 detenções (álcool e desobediência) e elaborados 3 autos de contra-ordenação por infracção
à legislação rodoviária.
Na zona de fronteira com Espanha, foram realizadas cinco operações no âmbito da Fitossanidade Florestal, direccionadas para a fiscalização do Nemátodo do Pinheiro, tendo sido fiscalizados 249 veículos e elaborados 11 autos de contra ordenação.
Registaram-se 26 acidentes de viação: 15 por colisão, 10 por despiste e um por atropelamento, dos quais resultaram um morto, cinco feridos graves e 12 feridos leves.
No período de 24 a 30 de Agosto, o Núcleo de Programas Especiais do Destacamento territorial de Gouveia, realizou várias acções de sensibilização no âmbito do programa «Comercio Seguro», no concelho de Gouveia. Foram distribuídos panfletos informativos aos 35 comerciantes contactados.
O Núcleo de Programas Especiais de Pinhel, visando a prevenção de crimes de burla, realizou uma acção de sensibilização, no concelho de Pinhel, relativa ao programa «Idosos em Segurança», contando com a presença de 25 idosos.
plb
O CDS do Sabugal emitiu um comunicado à Imprensa assinado pela candidata Ana Charters que reproduzimos na íntegra.
«A candidatura do CDS à Câmara do Sabugal lamenta a falta de meios para combater os incêndios que têm vindo a consumir grande parte da floresta da nossa região.
Como foi possível ver nas reportagens das televisões são as populações sozinha e com os seus próprios meios que combatem o fogo que se aproxima dos seus haveres.
Assim se vê a desertificação e abandono a que foram votadas estas regiões e as suas populações.
O CDS lutará com o Governo que venha a sair das proximas eleições legislativas para inverter esta situação e colocar meios de luta e socorro junto das populações das Nossas terras.
Ana Charters
Candidata à Câmara Municipal do Sabugal»
Um incêndio de que não há memória no concelho do Sabugal está a consumir oliveiras, castanheiros, carvalheiras e mato nas localidades da Moita, Casteleiro, Sortelha, Santo Estêvão, Urgueira, Aldeia de Santo António, Espinhal e Quintas de São Bartolomeu. A Protecção Civil, os bombeiros e os meios aéreos têm sido impotentes para travar o avanço das chamas. Algumas das estradas de acesso ao Sabugal estão neste momento (18:30 horas) cortadas ao trânsito. Um responsável da Câmara Municipal do Sabugal, em directo na «Antena 1», não soube dizer se havia ou estava já activado o Plano Municipal de Emergência.
GALERIA DE IMAGENS – 31-8-2009 |
Fotos Cláudia Bispo – Clique nas imagens para ampliar |
jcl
Mão amiga arranjou-me mais algumas fotografias do Cortejo de Oferendas a favor do Hospital do Sabugal, que teve lugar em 1947 na vila do Sabugal.

O desfile onde participaram todas as freguesias do concelho percorreu as ruas principais da então vila.
Esta fotografia refere-se à representação de Vila Boa.
O público a assistir era muito. Nesta época ainda não tinha acontecido a grande vaga de emigração (sobretudo para França), que levou à perda de 60% dos habitantes do concelho. Essa vaga só surgiria na década de 1960.
Os homens mais velhos do público usavam chapéu. Era um adereço de moda, nesta época.
Vila Boa desfilou com crianças (que deveriam andar na escola e levavam cestos na cabeça), e um rancho de mulheres. Para acompanhar o rancho, musicalmente, Vila Boa fez-se representar por dois acordeonistas. Que tema musical estariam a tocar os acordeonistas?
Curiosamente, passados muitos anos (já no final do século XX) Vila Boa voltou a ter um Rancho Folclórico, que ainda hoje existe.
«Memória, Memórias…», opinião de João Aristides Duarte
akapunkrural@gmail.com
O incêndio que deflagrou cerca da uma hora da madrugada deste domingo na zona do Casteleiro e chegou a ser dado como circunscrito pelo meio-dia voltou a reacender e ameaça agora, pelas nove horas da noite as populações de Sortelha e Urgueira. No local estão mais de uma centena de bombeiros das corporações da região com reforços de Castelo Branco e Évora e militares do Exército apoiados por 39 viaturas e um helicóptero.
Um incêndio de enormes proporções que deflagrou durante a madrugada deste domingo numa zona de mato entre as freguesias da Moita e do Casteleiro está a ameaçar as populações da aldeia histórica de Sortelha e da Urgueira. Com duas frentes activas foram accionados os grupos de reforço de incêndios florestais de Castelo Branco e de Évora e dois pelotões militares. O sinistro chegou a ser dado como circunscrito e em fase de rescaldo por volta do meio-dia. No entanto o alarme de reactivação foi dado às 16.47 horas e mantém-se fora de controlo tendo atingido zonas de mato nas freguesias do Casteleiro, Santo Estêvão, Sortelha e Urgueira.
Em declarações ao Capeia Arraiana o presidente da Aldeia Histórica de Sortelha, Luís Paulo, considerou este incêndio «como um dos maiores de que tem memória na região». O autarca mostrou-se preocupado com as populações e os animais descrevendo o cenário que se avista do alto das muralhas do Castelo de Sortelha como dantesco. «O incêndio começou no Casteleiro, já passou pelo mosteiro junto às eólicas, entrou nos limites de Santo Estêvão e está em direcção à Urgueira deixando um rasto de destruição nas culturas e nas oliveiras da freguesia de Sortelha», disse-nos telefonicamente Luís Paulo numa comunicação telefónica onde se conseguiam ouvir em fundo os gritos das populações no combate ao sinistro.
Em declarações ao «Diário de Notícias» uma fonte da Autoridade Florestal Nacional considerou que «a Guarda tem sido dos distritos mais afectado pelos fogos neste mês de Agosto. Até 15 de Agosto estavam contabilizados 23.703 hectares de área ardida e o distrito mais fustigado foi Vila Real onde terão sido consumidos pelos incêndios cerca de 4475ha. Porém os fogos dos últimos dias nos concelhos do Sabugal, Guarda e Seia provocaram uma área ardida de mais de 1500 hectares o que alterou este cenário». De acordo com esta fonte «só no incêndio de Pega, no concelho da Guarda, arderam mais de 1000 hectares o que se tornou num cenário desastroso para este distrito», conclui.
Às 21.59 horas o Posto de Comando Operacional na Serra de São Cornélio considerava o incêndio que teve início em Ribeira da Nave, Sabugal, como «Não circunscrito».
A tudo isto há a acrescentar um novo incêndio há dois dias atrás na zona de Vale das Éguas/Ruvina que, curiosamente, teve início segundo alguns populares perto do local onde no início do mês de Agosto ocorreu outro sinistro.
MAPA DO INCÊNDIO – 30-8-2009 | |
23:30 | Governadora Civil da Guarda a caminho do local |
21:59 | Posto de Comando Operacional na Serra de São Cornélio |
17:15 | Incêndio com três frentes activas. Arde mato e pinhal |
16:47 | Reactivação do incêndio |
12:21 | Incêndio em rescaldo às 12h06 |
11:40 | Incêndio circunscrito às 11h14 |
10:13 | Accionados dois pelotões militares |
8:04 | Accionados dois Aviões Bombardeiros Pesados Canadair |
7:17 | Posto de Comando Operacional no Terreiro das Bruxas |
6:39 | No local: 2.º Comandante Operacional Distrital e Veículo de Planeamento, Comando e Comunicação |
6:00 | Accionados dois Pelotões Militares |
6:00 | Accionados Grupos de Reforço de Incêndios Florestais de Castelo Branco e de Évora |
5:38 | 2.º Comandante Operacional Distrital a caminho do local |
4:52 | Comandante das Operações de Socorro (COS) Comandante do Corpo de Bombeiros de Manteigas |
4:32 | Incêndio com duas frentes activas |
jcl
Segundo Morgenthau «o realismo político baseia-se numa concepção pluralista da natureza humana». O Homem é um ente complexo, porque é simultaneamente «homem económico, politico, moral, religioso».
Alguém que fosse somente político, seria na verdade um mero animal, pois estaria completamente desprovido de freios. Se se limitasse a ser homem moral, não passaria de tolo, por privado de prudência. Um homem puramente religioso, seria um santo.
Em sentido abrangente todo o Homem é político, por ser gregário e se organizar e viver em comunidades.
Nunca tanto como até agora o cidadão comum participa, critica ou tenta alterar as boas ou más politicas de quem o governa. Não há cidadãos «apolíticos». O cidadão-consumidor, pode não rever-se nas formações politicas existentes em determinado momento, mesmo quando para tal contribuiu com o seu voto e sentir-se enganado e por isso mesmo reivindicar os seus direitos.
O povo português, até culpa os políticos por tudo o que de prejudicial lhe acontece, diariamente, como:
– O custo de vida;
– Os preços exorbitantes dos produtos alimentares;
– Os baixos salários;
– A subida de impostos, etc.
São genuínos protestos às políticos de certos políticos «vigaristas, pilantras, corruptos e lacaios».
Nos últimos anos foram várias as batalhas conquistadas pela sociedade civil, como o fim das penalizações por amortizações ou transferência de créditos e planos de poupança-reforma; arredondamentos abusivos e elevadas comissões por renegociar prazos no crédito.
O cidadão eleitor é cada vez mais dono do seu estatuto e a classe política tem de perceber esta realidade e chamar para a agenda eleitoral, problemas que deveriam ser o centro das atenções.
A intervenção politica não se faz só através da filiação em partidos políticos. Muitos «apartidários» têm mais militância politica que alguns que se arvoram de políticos dos quadros ou profissionais.
Afinal o que é um politico em sentido restrito do termo? Não sei.
Para terminar deixo aqui algumas definições quase humorísticas, pois como diziam do Gil Vicente «Rindo, castigava os costumes».
«Todos os políticos, são populistas, se forem inteligentes.» (Dorminsky, semanário «Sol»).
«Num meio onde se generalizou a convicção de que o bom político, é aquele que mostra mais combatividade, a vozearia, quase sempre na ausência de qualquer conteúdo visível, é permanente.» (Leonel Moura, «Jornal de Negócios»).
«Os políticos falam verdade e mentira indiferentemente. Realizam o prometido ou não, sem qualquer dúvida ou remorço (…) Acusam os adversários, ora no poder, ora na oposição, de tudo quanto fazem eles próprios (…)» (António Barreto, jornal «Público»).
«Político é um tipo que faz trinta por uma linha, para alcançar um lugar de poder e depois, faz trinta por uma linha, para o conservar.» (Fernando Marques, «Jornal de Notícias»).
«Terras entre Côa e Raia», opinião de José Morgado
morgadio46@gmail.com
As festas do Menino Deus em Vale das Éguas culminaram com a capeia arraiana nocturna no dia 20 de Agosto. Foi necessário cobrir de terra o largo da igreja recentemente alcatroado para evitar «derrapagens» dos toiros e dos rapazes do forcão. A noite de Verão convidava a sair de casa e centenas de pessoas das aldeias mais próximas ajudaram à lotação esgotada das bancadas.
Quem se deslocou a Vale das Éguas na noite de 20 de Agosto não deu por mal empregue o tempo.
A meteorologia estava de feição, as minis estavam frescas e os toiros colaborantes ajudaram ao sucesso de mais uma edição da capeia arraiana nocturna em Vale das Éguas.
Antes do último da noite aconteceu a surpresa. A banda «Prós e Contras» entrou no recinto em cima de um reboque e desafiou os presentes a organizarem-se em pares para dançarem ao som do «Apita o Comboio» enquanto era largada a bezerra para o meio da praça. Atrevida e «marrona» lá foi embalando os pares ao jeito das danças «a roubar» para grande divertimento da assistência.
Em terra laranja, presidida por Fernando Proença, andaram em grande actividade o candidato social-democrata, António Robalo, e o seu director de campanha, Vítor Proença, que entenderam pegar ao forcão para enfrentar alguns dos toiros da noite.
As festas do Menino Deus que tiveram início durante o fim-de-semana anterior culminaram numa noite de convívio em Vale das Éguas com excelente organização da Associação e da Junta de Freguesia locais. Para o ano há mais.
jcl
A edição n.º 5 da revista A23, apresenta uma extensa e muito colorida reportagem sobre a capeia arraiana dos Fóios.
A revista de excelente qualidade e sedeada no Fundão, é dirigida por Ricardo Pauloro, um descendente dos Fóios, que está atento ao que de mais importante sucede na Beira Interior.
O próprio jovem director foi à terra de sua mãe em reportagem, acompanhado pelo fotógrafo da revista, Nuno Reis Gonçalves, para dar testemunho de uma tradição taurina verdadeiramente genuína, cuja origem se não conhece bem.
Ricardo Pauloro cita Herberto Hélder: «Um touro preto é uma espécie de pedra gigante dotada de dinamismo, com uma vida interior obscura, onde se imagina que se movem manchas vermelhas irregulares».
Como quem vai aos Fóios fala com o presidente da Junta de Freguesia, José Manuel Campos, a revista A23 também o fez, para que lhes explicasse as origens da capeia arraiana: «Espanha cedia as vacas e aquele que era um acontecimento menor atingiu proporções enormes e entusiasmou o povo» – palavras de quem sabe a génese das coisas.
Depois o repórter descreve a festa dos toiros. A capeia é divertimento, mas também representa a união entre os habitantes da aldeia, pois trata-se de uma tradição onde um grupo de corajosos defrontam o touro em sintonia.
A reportagem descreve ainda o encerro, ou a entrada triunfal dos touros na praça da aldeia, conduzidos por muitos habitantes e cavaleiros que se deslocam à mítica Serra das Mesas, onde pastam em lameiros. E a ida à serra é ensejo para o repórter explicar as razões do nome «Mesas»: «proveio do facto de no local terem existido umas mesas de pedra nas quais estiveram sentados quatro Bispos – Ciudad Rodrigo, Coria, Lamego e Guarda – cada um no território do seu bispado». E mais uma vez vem à baila o autarca local, que mostra ter vistas largas: «José Manuel avança que um dos projectos a médio prazo será assinalar esse facto histórico com uma grande mesa de pedra, nesse preciso local, que recorde esse momento em que as fronteiras geográficas se encontravam, à volta de uma mesa».
O repórter também falou com o povo fojeiro, o que lhe permite descrever algumas histórias e lendas, que demonstram a carácter daquela gente.
Depois de abordar com pormenor a evolução do forcão na praça improvisada o texto acaba com chave de ouro: «O apelo das raízes é sempre mais forte, terras de alma que engendraram a sua própria forma de culto.»
Consulte a revista online «A23». Aqui.
plb
Decorre em Ciudad Rodrigo, de 25 a 29 de Agosto, a 12.ª Edição da Feira de Teatro.
Segundo o Livro Branco das Feiras de Teatro do Estado Español (Bilbao 2006), «As feiras de artes cénicas são concebidas como espaços que dinamizam a indústria do teatro, ao possibilitar a expansão deste sector considerando que se incrementam os intercâmbios comerciais, aumentando as vendas. Assim, as feiras cumprem três funções, em primeiro lugar são um espaço de exibição, em segundo lugar possibilita a relação entre produtores e consumidores, entendendo estes últimos como os programadores que assistem para comprar e configurar assim a programação de seus teatros o projectar as suas programações culturais, e por último servem como canal de distribuição das artes cénicas».
«Se ha conseguido a través del proyecto de feria, irradiar cultura, turismo y economía a todo su entorno.»
Estes trechos de texto citados levam-nos a saber os princípios básicos que estão por de trás de mais uma edição desta importante feira.
Percebe-se também a existência de uma profunda consciência em todas as entidades envolvidas das mais valias obtidas com o evento.
Esta é uma oportunidade a não perder aqui mesmo ao lado.
E, como seria bom que em Portugal houvesse pessoas nos lugares de decisão a pensar e a agir assim.
Página web com toda a informação. Aqui.
Consultar o programa. Aqui.
Kim Tomé (Tutatux)
Nos passados dias 25, 26, 27, 28, 29, 30, e 31 de Julho, em Valongo do Côa, realizou-se a segunda edição da «Semana da Farra». Segunda edição, porque já no ano passado se realizou, ainda que com menos algazarra e força.
Começo por explicar o porquê e como se realizou a «Semana da Farra» em Valongo do Côa.
A Freguesia, administrada por um plenário, sendo Alberto Pires Monteiro o presidente, Ricardo Alves o secretário e Joaquim António Alves o tesoureiro, chegou ao consenso de que é necessário «segurar» as pessoas que aqui se deslocam no Verão, época por si só de grande agitação, calor e muita vontade de fazer de tudo um pouco, e nada melhor do que festejar isso diariamente com um convivio motivado por «comes e bebes» e muito bom som regional. E todos me perguntam quem paga? Ora, qualquer bom economista e gestor saberá que se bem aplicado o dinheiro, este gera frutos e Valongo é exemplo no concelho de uma boa gestão de todos os «dinheiros» e fundos que adquire e nada melhor que usar em prol de todos os que aqui vivem e visitam permanentemente.
Nestes anos de governança pelo actual plenário com mais anos de presença pelo presidente Alberto Pires Monteiro, Valongo sofreu enormes melhoramentos a todos os níveis com a mais recente actualização em disponibilização de Internet a todos os que aqui se deslocam através de um sistema de wireless, logo porque nao usar também dinheiros em convívios, e noites alegres?!
Valongo tem tido uma excelente gestão, e a prova disso é que neste momento nao falta aqui nada, estão reunidas todas as condições para a feitura destas actividades. Sendo que fica um cheiro já no ar de que no próximo ano haverá a 3.ª edição desta «Semana da Farra» e possivelmente mais um local de lazer (piscinas), mas apenas é este último um projecto mental nada ainda de concreto.
Mas, continuando com esta semana…
Este ano, convidámos a participar aquilo que de melhor temos na nossa região, tendo começado logo pelos «Bombos de Badamalos», um grupo muito jovem e dinâmico que consegue fazer bom som, e animar quem os vê passar pela nossa aldeia. Estes percorreram a aldeia toda e espalharam notas musicais… De seguida houve churrascada com a habitual e bem apreciada entremeada e para os que nao prescindem de um bom peixinho, as deliciosas e reluzentes sardinhas assadas.
Terminando a noite com o acordeonista Aurélio Coelho e outros, que nos deliciou com dedilhados e movimentos dos foles, e de onde saltaram notas e notas de bom som.
No segundo e terceiro dia houve dois grupos de cantares distintos que nos proporcionaram cantigas dos tempos de antigamente e algumas bem recordadas pela plateia que ouvia e escutava em silêncio de memória. E após estes cantares houve nestes dois dias churrascada precedida de actuação de grupo de concertinas e acordeonistas.
No quarto dia por volta das 20:00h chegou o rancho folclórico de Vila Boa que actuou, bateu o pé, dançou e a todos encantou. De seguida mais uma valente churrascada na brasa e por fim actuação do grupo de concertinas de Figueira de Castelo Rodrigo que de simples amontoado de caricas nos pulsos um dos artistas fez bom e original som.
No dia 29, em defesa da saúde e manutenção houve uma caminhada à ponte sequeiros (ir e vir são cerca de sete quilómetros), onde participaram cerca de 150 pessoas desta aldeia, motivada pela boa disposição, todos com equipamento a rigor fornecido pelo Presidente 10 minutos antes do inicio desta (t-shirts, bonés, mochilas de ombro e águas).
Chegados à ponte, parámos 10 minutos, para que os fotógrafos de serviço tirassem as memóráveis fotos de grupo e os que menos habituados ao passo pedestre descansassem um pouco.
De seguida houve direito a sopa, mas nao uma das sopas habituais, mas sim a chamada «Sopa dos cornos» que a todos soube bem feita pelo exímio cozinheiro Sr. Sanches. Foi uma sopa confeccionada num panelão de ferro que deu pra 200 pessoas ali presentes que muito a apreciaram, pois houve quem repetisse 4 e 5 vezes e mesmo assim ainda sobrou.
De seguida actuou o grupo etnográfico Rancho Folclórico do Sabugal, onde surpreendeu todos, pois era-nos desconhecida tamanha perícia e este, foi a primeira vez que aqui se deslocou.
No penúltimo dia, fomos presenteados com o grupo de cantares do Sabugal, onde também o publico reconheceu alguns dos cantares e aplaudiu fortemente. Sendo que também este grupo foi companhia no jantar e pelo resto da noite.
No último dia, deslocou-se à nossa terra o grupo de Cantares da Senhora do Mosteiro do Fundão, um grupo bastante apetrechado de equipamentos de sons e outros instrumentos dos tempos do antigamente, digamos que foi um grupo muito animador.
Houve neste dia direito a mais uma segunda versão da «Canja de cornos» mais picante e apurada mas muito saborosa, sardinhada e aba de vitela.
Finalizando com um grupo de acordeonistas muito jovens (o artista mais novo tinha 15 anos) que tocavam e dançavam tudo ao mesmo tempo.
Foi uma semana muito intensa, um pouco cansativa para quem organizou mas muito compensada pela assídua presença de Valonguenses e situações caricatas, como por exemplo a presença de pessoas de fora que já se questionam e pensam aqui comprar casa e se estabelecerem durante as próximas férias.
Tome-se nota que o objectivo foi cumprido, as pessoas por aqui permanceram, conviveram, ficaram, dançaram, comeram, beberam e ainda riram de contentes de tanta animação ter havido numa terra que passa o Inverno com 50 a 60 pessoas.
O presidente da Freguesia, Alberto Pires Monteiro agradece a adesão de todos, principalmente às pessoas persistentes que ali estiveram dia após dia, e aos 21 grupos que aqui se deslocaram.
Eu, como habitante desta aldeia, tenho apenas como último comentário, que gostei, amei e adorei. Dou os parabéns ao actual executivo e espero que no próximo ano haja mais e o dobro de gente.
Dina Cristina Pinto Monteiro
A equipa da Rapoula do Côa venceu o 4.º Torneio de Futsal de Rendo organizado pela ACDR Rendo (Associação Cultural Desportiva e Recreativa de Rendo) no polidesportivo da localidade nos passados dias 21, 22 e 23 de Agosto. Este evento teve como fim promover a prática desportiva, o fair-play e a competição saudável, o convívio e a própria aldeia.
O torneio de futsal teve na equipa da Rapoula do Côa um justo vencedor.
Nos dois primeiros dias realizou-se a fase de grupos, onde as 16 equipas, divididas em quatro, competiram entre si, apurando os dois melhores de cada grupo. No domingo, o último dia, disputaram-se os quartos-de-final, as meias-finais e a final do torneio.
Rapoula do Côa e Amoreira foram os finalistas deste torneio e ambas as equipas se bateram aguerridamente pela vitória. Pode dizer-se que foi uma
final emotiva com bastantes espectadores nas bancadas, num jogo bastante equilibrado, que acabou com o resultado de 4-2 favorável à equipa da Rapoula
do Côa.
Na luta pelo 3.º e 4.º lugares opuseram-se as equipas de Vila Boa e Rebolosa, saindo vencedores os vilaboenses por 3-1 e conquistando, assim, o terceiro lugar do
torneio.
De lamentar, durante alguns jogos deste torneio, a falta de algum fair-play demonstrado por algumas equipas, o que de alguma forma veio
afectar o sucesso deste evento.
No final foram atribuídos prémios especiais aos três primeiros e de participação aos restantes. A organização atribui, ainda os seguintes prémios:
«Prémio Fair-Play», Leiria; «Melhor Guarda-Redes»: Pedro Rosário (Rebolosa); e «Melhor Marcador»: Ricardo (Amoreira).
De realçar a participação de equipas neste torneio oriundas, do distrito de Lisboa e de Leiria, para além de equipas do concelho do Sabugal, Guarda e Almeida.
A ACDR Rendo agradece a todas as equipas participantes, às equipas de arbitragem, à Junta de Freguesia de Rendo e a todos aqueles que tornaram possível a realização deste evento, pois sem eles seria impossível realizá-lo.
A todos o nosso «Muito Obrigado».
Fotos do Torneio. Aqui.
Luís Marcos
Ai que saudades, Isabel Valério de Badamalos…
Isabel Valério
De Badamalos,
Da casa ao fundo do povo,
Que saudades eu tenho
Daquele tempo
Em que te sentavas à lareira
A fazer o caldo!
A água fervia,
As batatas coziam primeiro,
Esmagadas na colher de pau,
Depois a carne, o feijão, as couves,
E aquele cheirinho
A cozido,
Subia do borralho,
Invadindo a casa
E saía pela janela,
Para a rua.
Quantas vezes nas férias
Fazia o caminho a pé
Só para ir assistir àquele ritual
Sagrado
De te ver fazer
O caldo
Com aqueles gestos calmos,
Medidos, ancestrais,
Que eu já sabia de cor,
E no fim,
A concha a mergulhar na panela
Bem fundo,
E a emergir
Com o melhor naco de carne,
A tigela a fumegar,
O fiozinho de banha
A nadar à tona
Com a carne, o feijão
E as couves.
Ai que saudades,
Isabel Valério de Badamalos,
Da casa ao fundo do povo!
Que saudades do teu caldo
A fumegar na tigela,
Libação dos homens
Aos deuses,
Aconchego do meu estômago,
Regalo da minha alma
Satisfação dos meus olhos…
E saudade…
Muita saudade…
Grata lembrança de alguém
Que já foi embora.
«Arroz com Todos», opinião de João Valente
joaovalenteadvogado@gmail.com
Fomos à Lomba de Palheiros, pequena freguesia do lado norte do concelho do Sabugal, visitar o artesão mais conhecido e mais premiado do concelho: Francisco Gonçalves.
O artesão recebeu-nos de braços abertos, defronte da sua casa, sita no centro da aldeia, mesmo ao lado da igreja matriz, numa antiga casa de lavoura, que remodelou e ampliou. Manteve porém os vestígios do passado, como as pedras de granito das paredes e as fortes portas de castanho envelhecido.
No piso térreo mostrou-nos as partes antigas da ampla casa, certamente uma das melhores da aldeia: «Aqui era a corte das vacas, ali a cortelha, além o celeiro». Tal como noutro tempo as pessoas habitam por cima, tendo Francisco Gonçalves transformado todo o piso inferior na sua oficina de artesão.
«É aqui que passo uma boa parte da minha vida, fazendo aquilo que me dá maior prazer», disse o anfitrião, enquanto nos mostrava a bancada de trabalho e as inúmeras ferramentas. É ali que, pacientemente, escava os troncos de castanheiro, e depois os transforma em magníficos e vistosos bares. «Cada peça é única, porque nunca consigo fazer duas iguais. Muitas vezes olho para um tronco quando o começo a trabalhar e imagino a forma como o vou aproveitar, mas, há medida que o trabalho avança, essa ideia vai-se alterando e o resultado final acaba por ser diferente daquilo que havia idealizado», disse-nos o artista.
As suas peças estão apinhadas por todo o lado e ele aponta cada uma, como que querendo contar a história que está por trás da sua transformação. Na sua maior parte são bares feitos de troncos inteiriços ou a partir de metades, mas também há mesas, bancos, fruteiras e até presépios de madeira.
Perante a abundância de peças, sobretudo bares, que aguardam por um destino, sugerimos-lhe que bem precisa de participar em feiras de artesanato. Mas perante isto o artesão demonstra-nos desalento: «Já não tenho vontade de andar pelo país a correr as feiras, como já fiz». Depois fala-nos na falta de apoios para os artesãos: «Não compreendem a importância do artesanato para o concelho. Ainda há dias participei na Festa da Europa no Sabugal, onde estive todos os dias com outros artesãos do concelho. Num dos dias realizaram uma caminhada e no final foram centenas de pessoas a comer para o rio, tudo à custa da Câmara. Todos foram chamados menos nós, os artesãos, que ali estivemos todos os dias sem praticamente fazer negócio, mas apenas para cumprirmos a obrigação».
Como artesão representou o concelho por muitas feiras e exposições, correndo o país de lés a lés: «Sou artesão certificado, e recebi já muitos prémios e diplomas. Fui premiado na Feira Internacional de Artesanato, em Lisboa, nas edições de 1997 e 2001, e também recebi prémios na Foz do Douro, em Seia e em Vila Velha de Ródão».
Percorreu praticamente todo o país e não apenas para expor as suas peças: «Quando me desloco para qualquer exposição, o que me vai na alma não é só participar, mas também consultar arquivos e saber algo mais sobre cada terra e procurando sobretudo saber se por ali passaram sabugalenses que tivessem ficado conhecidos». Dando disso exemplo estendeu-nos a cópia de uma revista: «Tirei esta fotocópia a uma revista em Barcelos, porque fala de um sabugalense ilustre, o Dr Mourão Campos, que foi médico e ali viveu e deixou obra. Leiam e, se acharem bem, falem sobre esse grande homem no vosso blogue».
No final da visita Francisco Gonçalves, ciente de que as eleições autárquicas estão à porta e que os candidatos andam já à caça do voto, deixou-lhe um conselho: «Tenham em conta que um povo sem cultura ou que não a preserva é como um corpo sem alma. Cultura, artesanato, turismo e gastronomia, são coisas indissociáveis».
plb
As judocas raianas tiveram uma participação positiva no II Torneio de Judo «Ana Hormigo» que decorreu no passado dia 2 de Agosto em Alcains.
Realizou-se no passado dia 2 de Agosto no Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Secundária José Sanches de Alcains o «II Torneio Ana Hormigo 2009». A prova serviu de preparação para a rentrée que se avizinha no inicio do mês de Setembro.
O Sporting Clube do Sabugal (SCS) fez-se representar por três atletas femininas que disputaram os seus combates em duas poules com atletas entre os 15 e os 20 anos todas no mesmo grupo.
Ana Rita Figueiredo em -48 kg foi vencedora absoluta, vencendo o seu grupo com alguns bons pormenores técnicos. Carla Vaz em -63 kg ficou com a medalha de prata, apenas não conseguindo ultrapassar a atleta da Selecção Nacional da AJCUA (Castelo Branco). Sofia Figueiredo também cedeu com a vencedora deste grupo mas conseguindo a medalha de Bronze, numa categoria de peso acima da que costumam competir, pois as duas judocas do SCS, costumam competir em -57kg.
Os resultados e a forma como foram obtidos serviram sobretudo para testar a capacidade dos atletas em retomar a competição após dois meses de paragem, desenferrujando assim o corpo e a mente.
O técnico do Clube mostrou-se sobretudo satisfeito com o esforço recompensado das jovens judocas que trocaram um óptimo Domingo de férias por uns momentos no tapete.
O treinador do SCS, foi por sua vez um dos árbitros que orientou a prova dando o devido apoio à organização.
djmc
Depois de há alguns meses ter sido retirada dos Fóios uma máquina multibanco que aí existia, a Junta de Freguesia conseguiu que uma nova máquina fosse agora instalada, através da Caixa Geral de Depósitos.
O presidente da Junta de Freguesia, José Manuel Campos, não esconde a sua satisfação pela recente entrada em funcionamento do novo equipamento: «Esperamos e desejamos que as pessoas que o utilizem (queremos que sejam muitas) o façam com consciência porque é, na verdade, um bem precioso, de todos e para todos», disse-nos o autarca.
Nos dias que correm a caixa multibanco tornou-se essencial para a vida das pessoas, daí o desejo do autarca de que nos Fóios a maioria dos habitantes arranjem o respectivo cartão para assim usufruírem do equipamento. Isso será mesmo essencial «para que um dia não venham a dizer que tem poucos movimentos», alerta o autarca preocupado com eventual nova medida de retirada da caixa da freguesia.
Por outro lado pede a todos os fojeiros que estejam vigilantes de modo a que o equipamento seja bem estimado, evitando que o mesmo avarie ou seja alvo de actos de vandalismo. «Avisem as crianças de que não devem introduzir papéis, ou quaisquer outros objectos, nas ranhuras. Não devem mexer em nada. Deveremos estimar aquilo que é de todos como se de cada um fosse, individualmente», avisa o diligente presidente da Junta.
plb
No período de 17 a 23 de Agosto a GNR registou em todo o distrito da Guarda 90 ocorrências de natureza criminal, de entre as quais se destacam os furtos. Foram ainda detidos 13 indivíduos e levantados 363 autos de contra-ordenação.
Segundo o comunicado semanal do Comando Territorial da Guarda da GNR, registaram-se 25 furtos, sendo um de veículo, sete em veículos, quatro em estabelecimentos comercias, três em residências e 10 de natureza diversa.
Foram detidos 13 Indivíduos, 10 dos quais em flagrante delito. Quatro das detenções ocorreram por condução sob o efeito do álcool, outras quatro por crimes relativos a caça de espécies não cinegéticas, um por condução sem habilitação legal e um por posse ilegal de estupefacientes. Foram ainda detidos três indivíduos por mandado judicial.
No mesmo período foram elaborados 363 autos de contra-ordenação, pelas seguintes infracções: 352 à legislação rodoviária, nove à legislação da natureza e ambiente e dois à legislação policial.
No dia 17 de Agosto, a GNR realizou uma operação, direccionada para a fiscalização geral de trânsito e prevenção da criminalidade em geral, de onde resultou uma detenção por condução sob efeito do álcool e foram elaborados 13 autos de contra-ordenação por infracção à legislação rodoviária.
Na zona de fronteira com Espanha, foram realizadas quatro operações no âmbito da fitossanidade florestal, direccionadas para a fiscalização do Nemátodo do Pinheiro, tendo sido fiscalizados 167 veículos.
No que reporta a acidentes de viação verificaram-se 39, sendo 30 por colisão, oito por despiste e um por atropelamento, dos quais resultaram oito feridos leves.
O Núcleo Programas Especiais de Gouveia e de Pinhel, realizaram várias acções de sensibilização no âmbito do programa «Comercio Seguro» nos respectivos concelhos, e distribuíram panfletos informativos aos comerciantes. Também se realizaram acções de sensibilização relativas ao programa «Idosos em Segurança» nos mesmos concelhos, contando com a presença de 50 idosos.
plb
O acesso a água potável é um direito humano fundamental, não um negócio.
Vou começar este artigo com umas palavras de Miguel d`Escoto Brockman, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas: «… A água é um bem natural, comum, essencial e insubstituível, todos têm direito ao seu acesso independentemente dos custos com a sua captação, reserva, purificação e distribuição, que serão assumidos pelo poder público e pela sociedade. Por isso, preocupa-nos enormemente o afã de privatizá-la e transformá-la em mercadoria, com a qual, sem dúvida, se pode ganhar muito dinheiro. A água é vida, e a vida é sagrada, não é objecto de lucro. Esta Assembleia quer apoiar os esforços para chegar a um Pacto Internacional da Água, com uma gestão colectiva para garantir a todos, este bem tão vital…».
Também a assessora do Presidente da Câmara de Paris, a senhora Anne Le Strat, remunicipalizou a gestão da água nessa cidade. Disse, que enquanto o sistema foi misto, os consumidores tinham subidas na tarifa da água, à volta de 2,5% anualmente, no ano em que não se renovou o contrato com as empresas privadas, Paris poupou 30 milhões de euros.
O neliberalismo imperante vê a água como um recurso exclusivamente económico, por isso, os governos neoliberais, entre eles o português do dito socialista José Sócrates, permitem, através de leis, que a água seja objecto de lucro para capitalistas e grandes accionistas, que a vão gerindo através de empresas privadas. Estes, a primeira coisa que fazem é aumentar o preço das tarifas e afastar os cidadãos de qualquer decisão. Resulta também daqui um desvirtuamento da Democracia, a quem me vou queixar se um dia tiver um problema? À empresa? Ao director da empresa? Ao accionista? Onde estão? Quem são? Nem eu, nem nenhum cidadão votámos neles! Até podem dizer que não nos devem satisfações!
Levou-me a escrever este artigo, uma discussão a que assisti entre dois munícipes, devido a problemas de abastecimento de água. Como é natural, surgiu o nome da empresa que gere a água do Concelho do Sabugal, Águas do Zêzere e Côa. Vim posteriormente a saber que esta empresa recebe atempadamente da Câmara Municipal do Sabugal, o dobro do dinheiro que os munícipes pagam da factura da água, e ainda muito mais, retribuindo com um serviço de pouca qualidade, na questão da manutenção, e no fornecimento de água em quantidade para algumas aldeias, não tendo em conta o aumento da população durante este mês de Agosto. A prioridade desta empresa é o lucro, como tal, acredito que não tenha um quadro suficiente de trabalhadores para responder à acção que dela se exige.
Deixava um pedido ao executivo que sair das próximas eleições autárquicas, rompam com os dogmas do neoliberalismo e remunicipalizem a água.
A prioridade de um organismo público é servir os utentes e não os directores, presidentes e accionistas, como o fazem as empresas privadas.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
Inauguração do Aeródromo da Dragoa, no concelho do Sabugal.
Reportagem: LocalVisãoTv.
«Tem autorização para aterrar na pista 1-2», informa pelo walkie-talkie com voz firme o controlador aéreo António Fernandes, de pé, na placa junto aos hangares. Ao longe um pássaro metálico esbranquiçado confundia-se com o casario da encosta da cidade da Guarda e fazia a aproximação à pista de terra batida. O Aeródromo da Dragoa, situado junto à estrada municipal que liga as freguesias sabugalenses da Ruvina e da Nave é uma realidade e concretiza os sonhos de dois empresários visionários: António Fernandes e Joaquim Brázia.
Os empresários sabugalenses António Fernandes e Joaquim Brázia descobriram um dia que os seus sonhos se entrelaçavam no imaginário do inconsciente.
«Nos meus sonhos os maus vêm atrás de mim e, invariavelmente, aparece um precipício. Então… olho para trás… eles estão cada vez mais perto… estico os braços que se cobrem de penas e lanço-me sobre o espaço vazio batendo com força as asas e afasto-me para longe», disse o Joaquim Brázia numa roda de amigos no Mira-Côa. «Sonhas com pássaros? Eu também!», interrompeu o António Fernandes.
O resultado já todos sabemos. Compraram dois girocópteros e seleccionaram num planalto entre as freguesias da Ruvina e da Nave o terreno ideal para aplainar entre giestas e barrocos o aeródromo da Dragoa, a pista que dá vida aos seus sonhos.
A festa de inauguração do Aeródromo da Dragoa decorreu entre os dias 13 e 15 de Agosto e foi local de romaria para centenas de curiosos visitantes.
Na placa estiveram estacionados 12 aeronaves (dez francesas e duas portuguesas) de diversos modelos. Entre eles destacava-se um bimotor com lotação para oito passageiros e dois tripulantes que realizou dezenas de voos com cerca de 20 minutos sobre a região e proporcionou baptismos de vôo a pessoas de todas as idades. Utilizava a pista toda para levantar voo na direcção oeste-leste mas para aterrar apenas necessitava de metade do seu cumprimento. A potência dos motores provocava uma enorme nuvem de poeira obrigando os surpreendidos mirones espalhados pela placa e pelos hangares a protegerem-se.
Os mais aventureiros colocavam o capacete e sentiam o ar bater na cara enquanto levantavam voo no lugar do pendura dos girocópteros de dois lugares. «O calor é prejudicial para a sustentabilidade de vôo nestes aparelhos. O vento até 60 kms/hora não causa qualquer problema», diz-nos o piloto de serviço no girocóptero amarelo.
Na placa um dos ultraleves motorizados estacionados chama-nos à atenção. É um «Sky Ranger», vermelho e branco, equipado com motores Rotax. O famoso modelo de dois lugares foi criado em 1990 pelo francês Philippe Prevot (Toulouse) e é usado na maioria das escolas de voo.
«O Sky Ranger é um avião campeão do mundo em performance», começou por nos dizer o piloto Jean-Pierre residente na região parisiense e que viajou até Portugal acompanhado do também francês Mattieu. «Tem uma autonomia até quatro horas mas, por segurança, faço planos de vôo entre aeródromos de apenas três horas com 60 litros de combustível. Voamos à velocidade máxima de 150 kms/hora com um consumo médio de 15 litros por hora», explicou Jean-Pierre que aproveitou para deixar algumas palavras de agradecimento e incentivo ao «ami Antóniô» pela excelente iniciativa. Esteve na Dragoa entre quinta-feira e domingo e prometeu voltar sempre que possível.
Entre dois voos, Joaquim Brázia, responsável pelo check-in dos passageiros para o bimotor e ultra-leves, projectou os próximos melhoramentos. «Agora as grandes prioridades passam por alcatroar a pista, ter água e electricidade e um rádio portátil com frequências para os pilotos», disse-nos o pássaro, perdão, empresário voador.
O aeródromo da Dragoa é um projecto com grandes potencialidades que merece ser reconhecido como prioridade das estratégias de desenvolvimento regional e transfronteiriço no âmbito das parcerias público-privadas. Um verdadeiro ninho incubador de amplas potencialidades de investimento turístico.
Parabéns António Fernandes e Joaquim Brázia.
jcl
«Imagem da Semana» do Capeia Arraiana. Ficamos à espera que nos envie a sua escolha para a caixa de correio electrónico:
capeiaarraiana@gmail.com
Local: Praça de Toiros de Aldeia da Ponte.
Legenda: José Lucas, Artur Morgado, António Dionísio, António Morgado e Luís Sanches.
Autoria: Capeia Arraiana.
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