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A estação nacional de rádio TSF vai dedicar um programa ao bucho raiano enquanto peça gastronómica de excelência da cozinha tradicional portuguesa. O programa vai para o ar amanhã, dia 17 de Fevereiro, cerca das 14 horas.
A pretexto do almoço anual da Confraria do Bucho Raiano, que acontecerá no próximo domingo, dia 22, no Sabugal, o programa «Evasões», vai falar sobre a tradição de se comer o bucho na quadra do Entrudo, falando ainda na sua forma de confecção.
O programa «Evasões» é apresentado pela jornalista Cláudia Duarte e irá para o ar amanhã, dia 17 de Fevereiro, logo depois do serviço noticioso das 14 horas. A jornalista, sabendo da reunião da confraria, inteirou-se em que consiste o bucho enquanto ementa típica da cozinha tradicional portuguesa. Dos contactos que estabeleceu resultou um interessante e elucidativo trabalho radiofónico.
O programa explicará aos ouvintes a forma de confecção do bucho enquanto enchido da matança, a forma como é tradicionalmente cozinhado, a sua implantação territorial e o papel social que detém, nomeadamente enquanto pretexto para o encontro das famílias no domingo gordo, imediatamente antes do início da Quaresma.
O programa representa uma oportunidade de divulgação do concelho do Sabugal e da sua gastronomia, potenciando que mais gente nos visite para provar os nossos sabores. Importa por isso garantir que os nossos restaurantes tenham sempre bucho nas suas ementas.
plb
Há uns dias, durante a manhã, recebi um telefonema, em minha casa, que me deixou a pensar seriamente no assunto que me havia sido apresentado. O telefonema foi-me feito pela Amélia Manso de Aldeia do Bispo, de todos conhecida por Belinha. Ela trabalha no hospital da Guarda onde sei que desenvolve um trabalho altamente meritório.
Disse-me o seguinte: «Dirijo-me a si, na qualidade de Presidente de da Junta de Freguesia de Foios, para fazer o favor de me ajudar a contactar com os restantes Presidentes de Junta, do nosso concelho do Sabugal, para os poder sensibilizar para uma causa que, no fundo é de todos».
Prosseguiu a Belinha: «Trabalho no serviço de sangue do hospital da Guarda e posso dizer-lhe que não temos reservas nenhumas de sangue. Se acontecer um acidente grave no nosso distrito não poderemos salvar as vítimas por falta desse precioso líquido».
Fiquei também muito preocupado porque pensei que um acidente pode acontecer a um de nós ou a um dos nossos.
Eu disse à Belinha que, pela parte que me diz respeito, vou procurar fazer chegar a mensagem a toda a população que represento. Vou pedir ao Sr. Padre para que leia na Missa um documento de sensibilização e vou afixar também nos locais do costume.
Disse-me ainda a Belinha que «poderão dar sangue pessoas entre os 18 e os 65 anos». Confesso que vou procurar sensibilizar a população. Vou fazer uma lista, de hipotéticos dadores, e o meu nome surgirá logo à cabeça, como exemplo.
A Amélia, através dos seus serviços, vai entrar em contacto com os 40 Presidentes de Junta do nosso Município para que, em conjunto, possamos desenvolver um trabalho sério e responsável.
Aconselhei a Amélia a solicitar à Câmara do Sabugal os contactos dos quarenta Presidentes de Junta e, enquanto escrevia este artigo, recebi um telefonema da Amélia a dizer-me que os serviços da Câmara já lhe haviam enviado, via fax, os contactos de todos.
Ventilou-se a hipótese de se estabelecerem unidades de recolha, móvel, em zonas estratégicas e com a colaboração das carrinhas dos lares e Câmara Municipal poderem deslocar todas as pessoas que voluntariamente queiram dar um pedacinho de sangue que à grande maioria não faz diferença e que poderá salvar algumas vidas.
No primeiro sábado de Março a maioria dos Presidentes de Junta vamos reunir na Freguesia de Quadrazais e certamente que iremos debater este tema, entre outros.
Finalmente pretendo informar que a Amélia Manso apenas me contactou pelo facto de nos conhecermos bastante bem e julgar que lhe poderia dar pistas e sugestões. É precisamente isso que fiz e é precisamente isto que estou a fazer.
Compartilho com todos Vocês uma causa que é de todos.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia dos Foios)
jmncampos@gmail.com
Estivemos à fala com José Luís Tomé, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa do Concelho do Sabugal. O ilustre sabugalense, natural da freguesia de Vila Boa, é o actual director da Biblioteca da Assembleia da República.
«Somos oito irmãos, filhos de Francisco Sanches e de Maria Luísa Martins Tomé. Eu fui o quinto a nascer. Dois vivem em Vila Boa e seis estão em Lisboa», começou por nos dizer José Luís Tomé.
«Fui para o Seminário dos Franciscanos, em Leiria e Braga, dos 10 aos 16 anos, até ao 6.º ano. Vim, depois para Lisboa em 1971 onde conclui o 7.º ano no Liceu D. Dinis. Licenciei-me em Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa e em 1990 frequentei uma pós-graduação em Ciências Documentais na Universidade de Coimbra», esclarece o presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa do Concelho do Sabugal.
Entrou para a tropa no dia 23 de Abril de 1974. Tirou a recruta na Escola Prática de Infantaria de Mafra e ficou com a especialidade de artilharia. Na noite de 24 os militares operacionais vieram para Lisboa e os recém-recrutas ficaram sozinhos no quartel. Foi, depois, colocado em Torres Novas (GACA-2), como oficial miliciano, onde esteve cerca de oito meses como oficial da Polícia Judiciária Militar. Deu instrução nas Caldas da Rainha e foi colocado no Terreiro do Paço nos serviços do Exército.
Casado com Josefa Tomé (a Pepa), também ela natural de Vila Boa, têm dois filhos. Mas… «quando casei, em 1980/81, a minha mulher era professora na Liceu Nacional de Bissau. Eu, na altura, já era funcionário público, pedi para ir dar aulas de português e fui com ela para a Guiné-Bissau».
José Luís Tomé pertenceu ao INE-Instituto Nacional de Estatística entre 1972 e 1988. «Em 1988 concorri para os quadros da Assembleia da República e passei a funcionário da Biblioteca do Parlamento, descendente da Biblioteca das Cortes. Em 1993 assumi a chefia dos serviços». Actualmente ocupa o cargo de director da Biblioteca da Assembleia da República e é responsável por diversos serviços em suportes papel e informático.
Entre 2001 e 2004 foi professor auxiliar na Universidade de Aveiro no mestrado de gestão de informação, uma actividade que recorda com saudade mas que foi obrigado a deixar em consequência da excessiva carga horária multiplicada pelas muitas deslocações que era obrigado a fazer durante a semana. «Talvez um dia quando estiver reformado possa voltar a pensar nisso», desabafa.
Assumiu a responsabilidade do cargo de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa do Concelho do Sabugal porque o seu nome foi indicado como um dos raianos a viver em Lisboa que poderia contribuir para ajudar a «salvar» a Casa da problemática situação em que se encontrava no final de 2007.
«A situação em que se encontrava a Casa, tal como me foi apresentada, não me deixou muita margem de manobra. Percebi que tinha a obrigação de contribuir e não podia dizer que não», recorda o actual presidente da Mesa da AG.
«Vivi em Vila Boa até aos 10 anos mas, esses tempos marcaram-me para toda a vida. Fiz o exame da 4.ª classe no Sabugal às nove horas. Tempos terríveis. O mestre foi implacável no marcação do exame. Como a camioneta passava mais tarde tivemos que ir a pé para estar lá à hora marcada», relembrando, com mágoa, a intransigência e a falta de humanismo desses tempos.
Desses tempos recorda Manuel Chapeira de quem os os pais eram muito amigos e uma senhora dos Fóios que passava por Vila Boa a vender mercadoria de contrabando e pernoitava sempre lá em casa.
As capeias arraianas terminaram em Vila Boa após a morte de um senhor da terra. José Luís Tomé é um fervoroso adepto das touradas raianas. «Pegava sempre ao forcão», afirma com orgulho.
E a finalizar: «E claro! Sou confrade do Bucho Raiano!»
Soube bem conversar com José Luís Tomé. É um interlocutor inteligente, com as ideias arrumadas, ou não fosse ele bibliotecário, sentindo-se aqui e ali nas suas palavras a paixão pelas terras raianas. O tempo passou tranquilo ocupado pelas referências à vida deste sabugalense que reside e trabalha em Lisboa.
jcl
A aposta no concerto dos UHF, em Aldeia Velha, mostrou-se a mais acertada. Ainda hoje, os membros da Comissão de Festas referem esse facto.
Efectivamente, para além do facto de ter sido um concerto memorável, a todos os títulos, foi o dia em que mais malta nova esteve presente no recinto das Festas de São João Baptista, nessa localidade. Basta referenciar que, no próprio recinto do concerto (dentro do local onde se realiza a capeia) foi colocado um bar, só por duas horas, que vendeu para cima de 2 barris de cerveja, para além dos restantes bares estarem, literalmente, a abarrotar…
O concerto teve lugar na noite do dia 23 de Agosto de 2004.
Na primeira parte actoou o grupo de baile Osíris.
O material de som dos UHF era de origem portuguesa, da marca Furacão. Na época, a empresa Furacão, de Coimbra, era propriedade de uma pessoa com ligações ao concelho de Sabugal. Na realidade, Cláudio Pires, tem raízes em Vale de Espinho.
Logo no ensaio de som, realizado à tarde, deu para ter uma ideia de que o som estava muito bom. Afinal, não é necessário material de marcas estrangeiras para se ter um bom equipamento sonoro.
À noite a comitiva dos UHF rumou ao restaurante Xalmas, em Aldeia do Bispo, para o necessário jantar. O recinto estava repleto, sobretudo de pessoas mais jovens. É natural que pessoas de uma certa idade, até pelo início tardio do concerto (para além da meia-noite) não tenham aguentado muito tempo.
Mas, apesar de essas pessoas mais velhas terem ido embora, o recinto continuou cheio.
Os UHF eram constituídos por António Manuel Ribeiro (voz e guitarras), António Corte Real (guitarras – filho de Ribeiro), Ivan Cristiano (bateria) e Fernando Rodrigues (baixo). Uma formação sólida, já com muitos anos de estrada e das mais estáveis da banda.
António Manuel Ribeiro apresentou-se com camisa branca e gravata.
O concerto teve início com «Quando (Dentro de Ti)», a que se seguiu um desfilar dos grandes êxitos da banda de Almada, tais como «Rua do Carmo», «Nove Anos», «Sarajevo» e «Menina Estás à Janela».
Pelo meio ainda foi interpretado o tema «Sou Benfica», com António Manuel Ribeiro a referir que esse tema não era contra ninguém, uma vez que há fanáticos da bola capazes de tudo. Eu que nem ligo «bóia» à bola, lembro-me de ter comprado o CD que contém esse tema e o vendedor me ter perguntado se eu era desse clube, ao que eu respondi que eu era, sim, dos UHF.
Já perto do final, os UHF interpretaram o tema «Matas-me Com o Teu Olhar», um tema inédito que, surgiria passado algum tempo no álbum «Há Rock No Cais» e se tornaria um grande sucesso.
«Na Tua Cama», «Modelo Fotográfico» e «Rapaz Caleidoscópio» foram outros temas interpretados pelos UHF, sempre muito aplaudidos pelo público.
Com mais de uma hora e meia de concerto, os UHF saíram do palco, regressando para um encore, onde não faltou «Cavalos de Corrida», como é mais que evidente.
O público não puxou mais pela banda e esta não regressou ao palco para um segundo encore. Os UHF chegam a realizar concertos com a duração de duas horas e meia, em noites em que público continua a pedir mais música. Quem quis continuar teve direito a ouvir os Osíris tocar música Rock até às 5 da manhã. Noite memorável…
Este foi um dos melhores concertos dos UHF a que assisti, e já lá vão perto de uma dezena. Nas fotos podem ver-se um momento do concerto dos UHF e o autor desta crónica com três membros da banda, no restaurante Xalmas, em Aldeia do Bispo.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte
akapunkrural@gmail.com
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