A ausência do Concelho do Sabugal da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), realizada recentemente, não pode ser olhada como uma simples má decisão do Executivo Municipal. Esta ausência demonstra de forma clara, a falta de uma Estratégia de Desenvolvimento Turístico para o nosso Concelho.

António DionisioPorém não chega acentuar este facto e, por isso, aqui apresento de forma sumária a minha posição sobre as questões do Turismo no Sabugal.
Em primeiro lugar devo afirmar que estas questões não podem ser analisadas sem se ter um projecto para o Concelho, isto é, sem primeiro se pensar que Concelho se quer.
A mim interessa-me, antes de mais, perceber qual o papel que o Turismo assume para contribuir para transformação do Concelho num espaço competitivo, onde se promova de forma sustentada a qualidade de vida de todos os habitantes, e acredito que um Sector Turístico forte, será sempre um dos pilares do desenvolvimento do Concelho do Sabugal.
Em segundo lugar, considero que as questões turísticas devem ser definidas e concretizadas de forma pensada e planeada, o que obrigará, antes de mais, à elaboração de um Plano de Desenvolvimento Turístico do Concelho do Sabugal que defina uma estratégia, elabore planos de acção e identifique os «clientes» que se pretendem atrair.
São bem conhecidos os recursos turísticos que o Concelho possui e que vão desde a riqueza natural, ao património histórico, passando pelo património etnográfico, a que se associa a proximidade a destinos turísticos tão importantes com a Serra da Estrela.
As estratégias a desenvolver devem, no meu entender, partir desta abundância de recursos para a definição da oferta turística em que devemos apostar, não nos distraindo com coisas que parecem muito bonitas mas em nada contribuem para a concretização e a afirmação do Sabugal enquanto destino turístico.
Acredito também que não é possível definir estratégias e planos sem uma participação activa dos diferentes actores, envolvendo a população, o comércio local e, claro, o sector da hotelaria e restauração.
Mas ter uma oferta turística diversificada e rica não chega. Torna-se necessário, como já o afirmei publicamente, saber «vender o Concelho», optando por técnicas de marketing que coloquem o Concelho no competitivo mercado territorial, demonstrando quais as vantagens do Município que justificam, face aos visitantes, a sua opção por este território.
Importa assim definir estratégias de promoção do Concelho enquanto destino turístico, quer directamente junto dos potenciais visitantes, quer ainda junto dos órgãos de informação e, sobretudo, dos operadores turísticos.
Não têm sido estas as opções do actual Executivo Municipal e tal tem conduzido a uma perda consecutiva de competitividade face a outros destinos turísticos de Concelhos vizinhos.
E por isso, a ausência da Bolsa de Turismo de Lisboa…
António Dionísio